Um ano após a morte de Muammar Kadafi, que se assinala este sábado, persistem algumas dúvidas sobre a forma como o ditador líbio foi executado, em Sirte. O país vive ainda sob a ameaça terrorista e a instabilidade política.
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Um relatório da ONG Human Rights Watch, divulgado esta semana, refere que Kadafi foi executado e não morto durante um tiroteio, como na altura foi avançado.
A organizaçãodiz ter visionado fotografias tiradas pelos rebeldes e falado com alguns dos sobreviventes do ataque que provam que o antigo ditador foi capturado vivo.
Na sequência do relatório, os EUA pediram às autoridades líbias que esclareçam o caso, dizendo que "os responsáveis têm que responder em tribunal".
Recentemente, em declarações ao jornal britânico "Daily Telegraph", um membro do Conselho Nacional de Transição, Rami el Obeidi, revelou que espiões franceses conseguiram montar uma armadilha a Kadafi depois de receberem o número do seu telefone de satélite do Gverno sírio, liderado por Bashar al-Assad.
O mesmo governo que a França, que entretanto elegeu um novo presidente (François Hollande substituiu Nicolas Sarkozy), pretende derrubar, não excluindo uma intervenção militar no país para pôr um ponto final da guerra civil.
Em setembro, após o ataque que vitimou o embaixador americano Christopher Stevens, em Bengazi, o Governo determinou a extinção das milícias ilegais, mas a violência continua.
A esta junta-se a instabilidade política.Mustafa Abu Shagur, o primeiro-ministro eleito naquelas que foram as primeiras eleições legislativas livres em 60 anos, foi demitido a 7 de setembro, depois de o congresso ter chumbado, por duas vezes, os nomes propostos para o Executivo. O lugar foi entretanto ocupado por Ali Zeidan, que tem 15 dias para formar o governo.