O líder da oposição de Moçambique, Venâncio Mondlane, apelou esta terça-feira a três dias de luto pela violência pós-eleitoral que, diz, já fez 50 mortos, embora as autoridades não tenham dado um balanço oficial das vítimas dos protestos que ocorrem desde o dia das eleições.
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“Perdemos 50 pessoas baleadas pelas autoridades que deveriam proteger estas pessoas. Morreram como mártires de uma revolução”, disse o líder da oposição num discurso no Facebook em que fez referência direta à repressão policial contra os protestos violentos.
Por sua vez, o presidente do país, Filipe Nyusi, convidou os candidatos presidenciais para um diálogo aberto e prometeu usar a sua “energia para pacificar o país”, ao mesmo tempo que confimou 19 mortes, cinco delas de agentes da Polícia, e mais mais de 800 pessoas feridas (incluindo 66 agentes) durante os protestos, avançou a agência Lusa.
“As Forças de Defesa e Segurança devem continuar a servir o seu povo" , afirmou o presidente num discurso à nação.
Na véspera, a Procuradoria-Geral da República de Moçambique anunciou ter instaurado uma acção cível contra Mondlane e o Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Vamos), para pedir uma indemnização de cerca de 470 mil euros.
Os partidos da oposição moçambicana que concorreram às eleições presidenciais no início de outubro assinaram uma declaração conjunta denunciando irregularidades durante as eleições a favor de Daniel Chapo, depois de o Podemos ter publicado uma contagem paralela que sustenta que Mondlane obteve 53,38% dos votos, à frente dos 35,66% angariados por Chapo, a quem a comissão eleitoral deu mais de 70% do apoio.