Os deputados eslovacos destituíram, esta terça-feira, o vice-presidente do parlamento e líder da oposição, Michal Simecka, numa altura em que se multiplicam as acusações sobre o seu alegado envolvimento num caso de corrupção, apesar de não ter sido oficialmente acusado.
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O governo de coligação com a extrema-direita, liderado pelo primeiro-ministro populista Robert Fico, tinha pedido que a medida fosse submetida a votação depois de ter acusado o político da oposição de permitir que membros da sua família beneficiassem de uma série de fundos públicos.
Assim, o Partido Progressista da Eslováquia (PPE), principal partido da oposição, ficou sem o líder no Parlamento, depois de a moção ter obtido 76 votos a favor, o mínimo necessário para ser aprovada.
Fico e respetivos aliados aproveitaram a oportunidade para acusar Simecka de polarizar a sociedade eslovaca, organizando manifestações contra o Governo, embora o PPE tenha negado tais acusações e defendido que o executivo apenas pretende "minar o trabalho da oposição".
Num discurso proferido no início da sessão parlamentar, Simecka avisou que o Governo está a "jogar" com as suas próprias "vinganças pessoais".
A coligação justificou a demissão por o PPE "fomentar o ódio contra indivíduos específicos" e salientou que esta situação apenas conduz a surtos de violência, como a tentativa de assassínio contra Fico.
A controvérsia surge numa altura em que a Eslováquia enfrenta um escrutínio crescente da Comissão Europeia (CE) por possíveis violações do Estado de direito, após o Governo ter desmantelado um organismo especializado na vigilância da corrupção.
Consequentemente, a Comissão está a considerar a possibilidade de instaurar um processo contra a Eslováquia, o que poderá levar à suspensão do financiamento europeu ao país.