O cabeça-de-lista da coligação Junts pel Si, Raul Romeva, disse, este domingo, que a vitória nas eleições catalãs significa que os independentistas obtiveram o "mandato democrático" que queriam para prosseguir com o projeto da independência da região.
Corpo do artigo
Romeva falava após os outros dois líderes da coligação, o dirigente da Esquerra Republicana Catalana, Oriol Junqueras, e o atual presidente da Generalitat (governo regional), Artur Mas, terem feito discursos de vitória na praça junto ao centro cultural de Born, em Barcelona.
"As pessoas têm o direito a ser ouvidas. Hoje falaram, ganhou o 'sim' e nós tivemos um mandato democrático. Ninguém nos pode dizer que não temos a legitimidade para fazer o que tínhamos previsto" e construir um novo Estado, afirmou o político catalão.
De acordo com Raul Romeva, houve uma "campanha hostil por parte do bloco do 'não' [à independência], cheia de mentiras", mas os cidadãos não se amedrontaram e votaram "conscientes de uma oportunidade histórica".
Os dirigentes da Junts afirmaram, durante a campanha, que, caso os independentistas obtivessem a maioria absoluta no parlamento iniciariam um processo de negociações com Espanha, com a União Europeia e com os Estados-membros com vista à independência da Catalunha, no prazo de 18 meses.
Com cerca de 70% dos votos escrutinados, a plataforma Junts pel Si obtém 63 deputados (a maioria absoluta é aos 68 deputados regionais).
Para obter uma maioria absoluta, a Junts precisa dos 10 deputados do outro partido independentista, a CUP (Candidatura de Unidade Popular, esquerda radical).
No entanto, apesar de a Junts pel Si ter considerado as eleições autonómicas (para escolher os deputados ao novo parlamento regional) como um "referendo de facto", a plataforma de Mas colocou a fasquia no número de assentos e não na votação popular.
Com cerca de 70% dos votos escrutinados, as forças políticas do 'Sim' reúnem pouco mais de 47% dos votos, contra os cerca de 52% das forças que não querem esse caminho.
Quase 5,5 milhões de eleitores catalães foram hoje às urnas para escolher os deputados ao parlamento regional da Catalunha, numas eleições autonómicas convertidas pelos partidos independentistas num "referendo de facto" sobre a independência da região.
Pela lei eleitoral espanhola, os novos deputados eleitos devem reunir-se em sessão plenária para escolher - se necessário em votações sucessivas - um presidente regional, o que abre caminho a pactos pós-eleitorais.