Pablo Iglésias, secretário-geral do espanhol "Podemos", terá, alegadamente, pedido para que o voo em que seguiria, de Estrasburgo a Madrid, saísse uma hora mais tarde do aeroporto por causa de um atraso no Parlamento Europeu.
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A notícia foi avançada pelo jornal "La Vanguardia", que cita a agência espanhola EFE, e que garante que o secretário-geral do "Podemos" e eurodeputado pediu à companhia aérea "Air Nostrum" (com ligação à espanhola "Iberia") para atrasar a hora de partida do voo de Estrasburgo, com destino a Madrid, por causa do atraso na votação plenária no Parlamento Europeu.
O facto foi comunicado pelo próprio via correio eletrónico, quando Iglésias informou os restantes eurodeputados que viajariam consigo das suas intenções. Na mensagem, Iglésias garantiu aos colegas que a companhia aérea Iberia lhe tinha prometido que o voo esperaria por eles até às 15.00 horas locais, sendo que a partida do voo em questão deveria acontecer uma hora antes.
"Estimados eurodeputados, tendo em conta a importância da votação que está a decorrer neste instante, recebemos a informação de que se poderia atrasar o voo operado pela Iberia com destino a Madrid, pois nesse voo viaja um número elevado de eurodeputados espanhóis", foi dito no email.
Muitos eurodeputados reagiram de imediato à mensagem, repudiando a imposição de um "atraso aos passageiros da sociedade civil" e lembrando que não seriam só eurodeputados a voar nesse avião. "Indigna-me tal privilégio. Há outro voo às 19.00 horas", respondeu um dos deputados.
A polémica espalhou-se para fora do Parlamento Europeu e obrigou os intervenientes a darem explicações públicas.
O partido "Podemos" já garantiu que Iglesias apenas "solicitou informação à agência de viagens do Parlamento para encontrar alternativas", tendo sido a própria companhia aérea a "oferecer a possibilidade de atrasar o voo" e que o email foi enviado aos restantes eurodeputados para os informar dessa opção, facto que levou "muitos eurodeputados a responderem, agradecendo a informação".
Por sua vez, a Air Nostrum assegurou que não falou diretamente com Iglesias em nenhum momento e apenas acedeu a atrasar a partida por ordem da agência que serve o Parlamento, tendo em conta que a maioria dos passageiros eram eurodeputados. "Foi um caso excecional, dado que o grupo representava mais de dois terços dos passageiros (30 dos 42 previstos)", garante a empresa, em comunicado, acrescentando que o voo seguinte "só tinha dez lugares livres". A empresa salienta que é raro tal acontecer mas que, por vezes, e "em casos de grupos grandes que, por exemplo, perdem voos de ligação", a companhia aérea opta pelo atraso na partida como "mal menor tendo em conta o problema que seria deixar tantos passageiros em terra até ao dia seguinte".