Um líder indígena da etnia Guarani Kaiowá foi assassinado esta sexta-feira, no Estado brasileiro do Mato Grosso do Sul, por pistoleiros encapuzados, segundo informações publicadas na imprensa brasileira.
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Um grupo de 40 homens, armados e de rostos cobertos, invadiu o acampamento onde estavam cerca de 60 índios e começou a disparar, do que resultou a morte do cacique Nísio Gomes, que foi atingido na cabeça e cujo corpo foi levado pelos atacantes em uma camioneta.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), representantes do governo brasileiro estão no local para dar assistência aos indígenas, vai ser aberto um inquérito para investigar o ataque e agentes da polícia foram deslocados para a área do conflito.
O jornal Folha de São Paulo adianta que os guaranis disseram que uma mulher e uma criança também foram mortas no ataque, mas a FUNAI não confirma a informação e considera-as "desaparecidas".
O caso ocorreu numa região denominada Terra Indígena Amambaipeguá. Os guaranis reivindicam a posse histórica da área, hoje ocupada por propriedades rurais. O grupo atacado estava acampado há cerca de 15 dias na área.
De acordo com a Agência Brasil, o processo de demarcação da terra começou em Junho de 2008, mas foi interrompido diversas vezes por decisões judiciais. As ações foram movidas por produtores rurais e por forças políticas locais que contestam a entrega da área aos índios.
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) calcula que, nos últimos oito anos, cerca de 200 índios foram mortos em conflitos de terra no Brasil.