Líderes falam de progressos para alcançar acordo sobre migrações no Conselho Europeu
A cimeira informal sobre imigração, que reuniu este domingo, em Bruxelas, 16 países da União Europeia, terminou com progressos para alcançar um acordo no Conselho Europeu da próxima semana, disseram vários chefes de Estado e de Governo após a reunião.
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O primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, afirmou, à saída da cimeira, que o encontro foi "um sinal de que há uma vontade de ir mais na direção de mudanças operacionais" na política migratória europeia e que se desenrolou "melhor do que o esperado".
"Espero que tenha sido alcançado o objetivo de nos entendermos melhor uns aos outros na próxima semana", disse Muscat à imprensa, comentando que "há pessoas no mar agora mesmo".
O governante maltês advertiu ainda que "a situação escalará se não forem tomadas decisões nos próximos dias".
Na mesma linha pronunciou-se o primeiro-ministro belga, Charles Michel, que disse que se os países continuarem a trabalhar em "medidas realmente operacionais" será possível alcançar "progressos" no Conselho Europeu de quinta e sexta-feira.
Michel apelou à reflexão sobre a proteção das fronteiras exteriores da União Europeia para conseguir uma "solidariedade" europeia "efetiva" em matéria migratória e à procura de acordos com países extra-comunitários.
A reunião, convocada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reuniu os líderes de Grécia, Itália, Espanha, França, Alemanha, Malta, Bulgária (que ocupa a presidência semestral da União Europeia), Áustria (assume presidência do Conselho entre julho e dezembro), Bélgica, Holanda, Croácia, Eslovénia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e Luxemburgo.
Ausentes estiveram os países do Grupo de Visegrado - Hungria, Eslováquia, Polónia e República Checa.
O tema das migrações domina a agenda do Conselho Europeu a 28 e 29 deste mês e divide os Estados-membros, nomeadamente no que respeita às regras para acolhimento de refugiados e concessão de asilo.
Angela Merkel diz que existe boa vontade para discutir desacordos na UE
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse este domingo, no final da reunião informal europeia, em Bruxelas, que existe "muita boa vontade" para discutir os desacordos sobre as migrações na União Europeia (UE).
O tema das migrações domina a agenda do Conselho Europeu em 28 e 29 deste mês e divide os Estados-membros, nomeadamente no que respeita às regras para acolhimento de refugiados e concessão de asilo.
Merkel e outros 15 líderes europeus encontraram-se em Bruxelas para discutir as políticas de imigração que dividem o bloco comunitário, sobretudo desde a chegada de mais de um milhão de migrantes em 2015.
A chanceler disse que os participantes na reunião concordaram que as fronteiras da Europa devem ser mais bem protegidas para evitar a entrada de pessoas ilegalmente e que "todos os países devem partilhar todos os encargos" relacionados com a imigração.
Merkel referiu que os países a que chegam inicialmente a maioria dos migrantes não devem ser deixados sozinhos a lidar com o afluxo, adiantando que não deve caber aos recém-chegados decidir a que país europeu podem pedir asilo.
Durante a reunião, Merkel e o presidente francês, Emmanuel Macron, apelaram a acordos entre vários Estados membros face ao desafio migratório e à ausência de consenso que tem paralisado a UE.
A cimeira a 28, no final de junho, em Bruxelas, "não trará ainda a solução global para o problema das migrações e, é por isso, que são também necessários acordos bilaterais ou trilaterais no interesse mútuo", segundo a chanceler alemã.
Sánchez esperançado após cimeira europeia que é "um passo em frente"
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, mostrou-se esperançado em que a União Europeia alcance um acordo conjunto para enfrentar o problema da imigração, depois da cimeira realizada este domingo, em Bruxelas, que classificou como "um passo em frente" nessa direção.
Sánchez falava à imprensa antes do final da cimeira de emergência de líderes de pelo menos 16 Estados membros da União Europeia (UE) convocada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para abordar o problema migratório.
"Encontrámos mais pontos de união que de divergência", salientou o chefe do novo executivo espanhol, precisando que, da cimeira deste domingo, não sairá uma conclusão, mas reiterando que está confiante em que será possível uma solução.
Assim que a reunião começou, diversos dirigentes comunitários defenderam a ideia de criação de centros de receção de migrantes em África para fazer uma triagem de requerentes de asilo antes de estes partirem em direção à Europa.
Itália "decididamente satisfeita" com resultados da mini-cimeira
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, afirmou-se "decididamente satisfeito" com os resultados da mini-cimeira informal sobre imigração, que considerou ter dado "a direção correta" ao debate.
"Terminou a reunião informal sobre o tema da imigração em Bruxelas e regressamos a Roma decididamente satisfeitos. Demos a direção correta ao debate atual. Encontramo-nos na quinta-feira no Conselho Europeu", escreveu Conte na sua conta na rede social Twitter, após sair do encontro, sem prestar declarações à imprensa.
Conte apresentou, este domingo, aos homólogos europeus que participaram no encontro num novo plano para abordar o problema, que inclui a criação de centros nos países de trânsito, onde se decida antecipadamente quem tem direito ao asilo na Europa.