O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, disse, este domingo, que a readmissão da Síria neste organismo, após 12 anos de suspensão, terá de obedecer a um conjunto de exigências colocadas ao regime do presidente Bashar al-Assad.
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"Não é uma decisão para estabelecer relações normais entre os países árabes e a Síria, já que esta é uma decisão soberana de cada país", explicou Abulgueit, durante uma conferência de imprensa após a reunião de emergência a nível de chefes de diplomacia dos Estados-membros que discutiu a readmissão da Síria na Liga Árabe.
O secretário-geral da organização assegurou que "o regresso da Síria a ocupar o seu lugar é o início de um movimento, não o fim de um caminho", ao mesmo tempo que informou que esta readmissão tem também como objetivo "formar um comité de contacto com o Governo sírio".
Os chefes das diplomacias dos países da Liga Árabe readmitiram hoje a Síria como membro pleno da organização, 12 anos depois de este país ter sido suspenso, devido à repressão contra os protestos que ameaçavam derrubar o Governo de Bashar al-Assad.
De acordo com um comunicado conjunto após a reunião, o regresso da Síria à Liga Árabe fica ainda condicionado ao cumprimento de um conjunto de exigências com o objetivo de resolver a crise desencadeada após os protestos contra Al-Assad e que provocou um conflito que assola o país desde 2011.
Ainda assim, Abulgueit confirmou que Bashar al-Assad poderá participar já na próxima cimeira anual da organização, que se realizará no próximo dia 19, se essa for a vontade do presidente sírio.
O secretário-geral da Liga Árabe disse ainda que, a partir de segunda-feira, a Síria terá o direito de participar em todas as reuniões da organização.
A Liga Árabe decidiu ainda criar um grupo de contacto -- constituído por Egito, Arábia Saudita e pelo secretário-geral da organização -- para trabalhar para uma solução para a crise no Sudão, no sentido de conseguir um cessar-fogo permanente neste conflito que dura desde meados de abril e que coloca em confronto duas fações em luta pelo poder.