O padre italiano Felice Palamara foi alvo de uma tentativa de envenenamento enquanto celebrava uma missa na igreja de San Nicola di Pannaconi em Cessaniti, uma pequena cidade na região da Calábria. O cálice de vinho tinha lixívia.
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De acordo com a imprensa italiana, na missa de sábado passado, o padre apercebeu-se de um cheiro estranho que emanava do cálice com vinho, não chegando a beber o líquido. É que, dentro do copo, estava líxivia e, se tivesse sido ingerida, o padre, que é asmático e tem prolemas cardíacos, teria arriscado a vida.
A missa foi interrompida e as autoridades foram alertadas para a ocorrência, bem como o bispo da Diocese de Mileto-Nicotera-Tropea, Attilio Nostro, que expressou a sua solidariedade.
Palamara, que sempre se manifestou contra a ‘Ndrangheta, a organização mafiosa que nasceu na Calábria, disse à imprensa local que recebeu várias ameaças de morte e que o seu carro foi vandalizado duas vezes nos últimos meses.
“A minha vingança chama-se amor, o meu escudo, perdão, a minha armadura, misericórdia… Não vou demorar-me em obstáculos nem me assustarei com a escuridão", escreveu o padre nas redes sociais.
Palamara, que agora tem escolta policial, não é o único padre nas redondezas alvo das supostas ameaças da máfia. O padre Francesco Pontoriero, da paróquia de San Basilio Magno, também foi ameaçado e encontrou um gato morto no capô do seu carro quando voltava de um jantar em Cessaniti.
Não é incomum que padres italianos vivam sob proteção policial. O padre Maurizio Patriciello, sacerdote de Caivano, perto de Nápoles, que lutou durante vários anos contra o crime relacionado com a máfia, tem dois guarda-costas.
Devido à infiltração da máfia, no final do verão passado o presidente italiano, Sergio Mattarella, seguindo a recomendação do ministro do Interior, dissolveu a Câmara Municipal de Cessaniti, que está localizada na área onde trabalham os dois padres ameaçados.