O sistema de localização incluído de origem no motociclo de Mohammed Merah levou a polícia ao suspeito dos ataques que mataram sete pessoas, três crianças e quatro adultos, em Toulouse, em França.
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Os relatos das testemunhas eram coincidentes: o autor dos disparos que mataram três soldados, nos arredores de Toulouse, a 11 e 15 de março, e três crianças e um adulto, a 19, fazia-se transportar numa Yamaha T-Max 530, o mais recente e moderno modelo de "scooter" da marca nipónica.
No ataques de 11 e 19 de março, que custaram a vida a três militares, a moto era preta, mas em Toulouse, a mesma Yamaha T-Max 530, era branca, revelaram testemunhas que viram o autor dos disparos a fugir do local.
A polícia apurou que o suspeito teria ido a uma loja de motos para mudar a cor do veículo e descobriu que um jovem terá perguntado num concessionário regional da Yahama como poderia tirar carenagem da mota.
O suspeito terá, também, contactado o concessionário para saber como poderia desativar o localizador. Foi assim que a polícia chegou a Mohammed Merah, afiança o "L'Express".
As versões do motociclo que chegaram ao mercado depois de dezembro de 2011 vêm equipadas, de origem, com um localizador que funciona por sistema de rádio, que permite ao dono do motociclo, e à polícia, encontrar a "máquina" em caso de roubo.
O conhecimento do modelo da moto levou a polícia para a pista do localizador, que viria a revelar-se fundamental. A polícia procurou junto da empresa ICA Security, que tem um acordo em França para a compilação de um ficheiro nacional com os dados dos localizadores das motos daquele modelo da Yamaha.
O aparelho, sensivelmente do tamanho de um maço de cigarros, está localizado numa zona discreta e de difícil acesso. Razão que terá levado Mohammed Merah a contactar o concessionário, ficando, assim, na mira da investigação.
Além da pista da moto, a polícia descobriu informações importantes através da Internet. O suspeito dos ataques ocorridos este mês na região de Toulouse terá entrado em contacto com a primeira vítima, um militar, através de um anúncio de venda de uma moto que este último publicou na Internet.
O jovem de 24 anos terá utilizado o computador do irmão, um salafista confesso entretanto detido, para marcar um encontro com a primeira vítima para inspecionar a moto que o soldado pretendia vender.
Estão por esclarecer se o suspeito conhecia, também os militares que matou a 15 de março, quatro dias após a morte do primeiro militar.