O Reino Unido retirou o convite ao embaixador da Síria para o casamento do príncipe William com Kate Middleton devido à "inaceitável" repressão violenta das manifestações no país, anunciou, quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
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"À luz das agressões perpetradas esta semana contra civis pelas forças de segurança sírias, que condenámos, o ministro dos Negócios Estrangeiros decidiu que a presença do embaixador sírio no casamento real seria inaceitável e que ele não deve estar presente", lê-se num comunicado do Foreign Office.
Os serviços reais indicaram que "partilham" desta opinião.
O convite ao embaixador Sami Khiyami suscitou forte polémica no Reino Unido devido à violenta repressão do movimento de protesto contra o regime do Presidente Bashar al-Assad, iniciado em meados de Março. Segundo o Observatório de direitos humanos sírio, essa repressão fez até agora pelo menos 453 mortos, 120 dos quais só no passado fim de semana.
O Palácio de Buckhingham, que coordena com o Foreign Office os convites a personalidades estrangeiras, sustentou inicialmente que foram convidados para o casamento os embaixadores de todos os países com os quais o Reino Unido tem "relações diplomáticas normais", cerca de 185.
Mas, na quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico informou que Khiyami foi chamado para que lhe fosse transmitido que o governo britânico considera "inaceitável" a utilização da força contra os manifestantes.
O convite ao embaixador sírio para o casamento real não foi o primeiro a suscitar polémica. O rei do Bahrein, país onde também houve repressão violenta de manifestações, renunciou a assistir ao casamento, e organizações de direitos humanos protestaram contra o convite ao rei da Suazilândia, uma monarquia absoluta.