O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou esta quinta-feira que o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, se encontra na Rússia e que os mercenários permaneceram nos campos onde estiveram antes do motim contra Moscovo. Não é claro se terão regressado ou nunca partido da Rússia.
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"No que diz respeito a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Não está na Bielorrússia", disse Lukashenko, numa conferência de imprensa internacional em Minsk, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O Presidente da Bielorrússia deixou espaço para várias interpretações, esclarecendo apenas que, neste momento, o chefe dos mercenários encontra-se em São Petersburgo e os combatentes contratados estão nas "bases" onde se encontravam antes.
Não especifica se Prigozhin voltou à Rússia ou se não chegou a ir para a Bielorrússia, embora na semana passada tenha confirmado que já se encontrava no país vizinho. De acordo com um grupo de monitorização bielorrusso, terá chegado no dia 27 de junho a Minsk, de avião.
Alexander Lukashenko garantiu saber que Prigozhin é "um homem livre" e que terá falado com ele por telefone na quarta-feira. Segundo o jornal norte-americano "The New York Times", o líder do grupo Wagner "pode viajar para Moscovo" e, de acordo com as declarações de Lukashenko, o grupo "continuará a exercer os seus deveres na Rússia enquanto puder".
Quanto aos combatentes, Lukashenko afirmou que "neste momento, a questão da transferência e instalação ainda não foi decidida", pelo que nenhum mercenário se terá instalado na Bielorrússia.
"Não estou minimamente preocupado com termos de albergar um certo número destes combatentes aqui. Se tivermos de ativar estas unidades, vamos ativa-las imediatamente e a experiência deles será muito apreciada", acrescentou, segundo a AFP, sem qualquer receio de que o grupo se vire contra a sua nação.
Lukashenko ajudou a negociar um acordo que permitiu a Prigozhin pôr termo ao motim do dia 24 de junho, e implicava uma deslocação para a Bielorrússia.
O líder do grupo Wagner foi visto publicamente pela última vez na noite de 24 de junho, quando abandonava, no interior de um veículo, a cidade de Rostov-sobre-o-Don. Na rebelião armada de 24 horas, liderada por Prigozhin, os mercenários Wagner tomaram a cidade, no sul da Rússia, e avançaram até 200 quilómetros de Moscovo.