
O presidente francês evocou a sua visita a Nuuk, em junho, quando reuniu com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen
Foto: Ludovic Marin / AFP
O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu hoje a soberania da Dinamarca sobre a Gronelândia, sublinhando que o território "pertence ao seu povo", após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter repetido que Washington quer controlar a ilha.
Numa mensagem divulgada na rede social X, Macron disse querer unir a sua voz "à dos europeus para expressar total solidariedade" com Copenhaga, recordando que a Dinamarca é a garante da soberania da Gronelândia.
O chefe de Estado francês evocou ainda a sua visita a Nuuk, em junho último, durante a qual manifestou "o apoio da França à soberania e à integridade territorial da Dinamarca e da Gronelândia".
A reação surge depois de Trump ter reiterado, na segunda-feira, as suas ambições em relação à Gronelândia numa conferência de imprensa em Mar-a-Lago, na Florida, onde afirmou que os Estados Unidos "precisam da Gronelândia para a segurança nacional".
O presidente norte-americano anunciou igualmente a nomeação do governador do Louisiana, Jeff Landry, como enviado especial para o território.
As declarações foram recebidas com forte desaprovação em Copenhaga e em Nuuk, onde o Governo autónomo reiterou que a ilha não está à venda e exigiu o respeito pela sua soberania.
As autoridades dinamarquesas consideraram a iniciativa norte-americana uma interferência nos assuntos internos do reino.
Trump, que já manifestara interesse na Gronelândia antes do início do seu segundo mandato, tem acusado a Dinamarca de investir muito pouco num território estratégico e rico em recursos naturais.
A Casa Branca chegou a analisar este ano os custos de uma eventual aquisição e administração da ilha, bem como as receitas potenciais da exploração de minerais, revelou em abril o jornal The Washington Post.
No início do ano, o presidente norte-americano afirmou ainda não excluir o uso da força para anexar a Gronelândia, que conta cerca de 57 mil habitantes e é considerada estratégica para a navegação e a segurança no Ártico.
