O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que dispõe de "provas" de que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas num ataque contra a localidade rebelde síria de Douma, na semana passada.
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"Estamos na Síria para lutar contra o terrorismo, contra o Daesh [acrónimo árabe para o Estado Islâmico]. Foi na Síria que organizaram os atentados. As diferentes guerras em curso não permitem que se faça de tudo. Temos provas de que, na semana passada, foram utilizadas armas químicas por parte do regime de Bashar al-Assad", disse o Presidente francês, esta quinta-feira numa entrevista à televisão TF1.
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Macron disse ainda que a França tomará decisões "em tempo oportuno".
Anteriormente, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, tinha dito que Macron iria decidir sobre um eventual ataque contra a Síria nos próximos dias. Para a França, recordou Le Drian, o uso de armas químicas representa "uma linha vermelha".
"Tomaremos decisões em tempo oportuno, quando as considerarmos mais úteis e mais eficazes", disse Macron.
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Ainda à TF1, Macron disse que é preciso "lutar contra os terroristas até ao fim".
"Devemos assegurar que o direito internacional é respeitado e tudo fazer para que haja um cessar-fogo", salientou.
Sobre os direitos humanos na Síria, Macron sublinhou que "é preciso apoiar as ONG que ajudam as populações no terreno".
"Para que nunca mais vejamos as imagens dos crimes que vimos, com crianças e mulheres prestes a morrer sufocadas", declarou ainda o chefe de Estado francês.
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Também assegurou que será "necessário preparar a Síria de amanhã", com uma "transição, um regime livre onde todas as minorias sejam respeitadas".
"Só isto pode trazer paz", concluiu.
Macron revelou ainda que tem falado ao telefone com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, o maior aliado do regime de Damasco. "Falamo-nos regularmente. O mundo é caótico, há situações inaceitáveis", disse Macron, citado pelo jornal parisiense "Le Monde".
"Em caso algum a França deixará que ocorra uma escalada, ou o que quer que seja que possa pôr em perigo a estabilidade da região. Não podemos deixar atuar regimes que pensam poder fazer tudo", concluiu.