Emmanuel Macron e Marine Le Pen confirmaram a vantagem na primeira volta das presidenciais francesas, com o candidato centrista a somar 23,5% dos votos e a candidata da extrema-direita com 22,08%, quando estavam apurados 90% dos sufrágios.
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De acordo com dados do Ministério do Interior, e quando faltavam apurar apenas 10% dos votos, Macron tinha arrecadado quase mais meio milhão de sufrágios que Le Pen.
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Contudo, a candidata da extrema-direita terá obtido um número recorde de votos, superando mesmo o seu melhor resultado de sempre, alcançado nas regionais de 2015.
Em terceiro, e a meio milhão de votos de distância de Le Pen, ficou o conservador François Fillon, com 19,75%, enquanto Jean-Luc Mélenchon (esquerda) obteve 19,45% dos votos, com menos 100 mil votos que o ex-primeiro-ministro francês.
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O socialista Benoît Hamon obteve uma derrota histórica para o seu partido, com 6,20% dos votos.
Macron e Le Pen disputam a presidência na segunda volta, dentro de duas semanas, a 07 de maio.
Numa primeira e breve declaração, Emmanuel Macron disse que os resultados configuram um virar de página na política francesa, com o desaparecimento de socialistas e republicanos.
Marine Le Pen considerou que a Frente Nacional conseguiu um "resultado histórico" e sente que os votos a mandatam para "libertar o povo francês das elites" que o governam.
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Marcado por longas filas nas mesas de voto fora de França, como em Portugal, o sufrágio tinha, às 17 horas, uma taxa de participação nas eleições de 69,42%, um valor ligeiramente inferior ao que foi registado à mesma hora no sufrágio de 2012 (70,59%).
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Cerca de 47 milhões de eleitores foram chamados às urnas para eleger o sucessor de François Hollande perante 11 candidatos: Marine Le Pen, Emmanuel Macron, Jean-Luc Melénchon, François Fillon, Benoît Hamon, Nathalie Arthaud, Philippe Poutou, François Asselineau, Nicolas Dupont-Aignan, Jacques Cheminade e Jean Lassalle.
As presidenciais francesas - vistas atualmente como um indicador do populismo na Europa e no Mundo - ficam também marcadas pelo terrorismo islâmico. Em França vive a maior comunidade muçulmana na União Europeia.
Após dois anos de ataques terroristas (que causaram a morte de mais de duas centenas de pessoas), na quinta-feira um polícia em Paris foi morto a tiro num atentado reivindicado pelo grupo jiadista Estado Islâmico.