O presidente francês, Emmanuel Macron, que convocou esta sexta-feira, pela segunda vez, o gabinete de crise, na sequência da morte de um jovem às mãos da polícia, lamentou a "exploração inaceitável" do caso, que está a gerar protestos violentos nas ruas do país. "Nada justifica a violência", afirmou.
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Numa declaração ao país, o chefe de Estado lamentou a existência de "uma instrumentalização inaceitável da morte" do jovem Nahel, de 17 anos, caso que gerou uma onda de protestos em várias cidades.
Segundo Macron, cerca de 250 polícias ficaram feridos nos confrontos, sendo que dois deles estão em estado grave. "A resposta no território foi ativada e adaptada", referiu, felicitando "todos aqueles que, com muita coragem e sangue frio, conduziram uma resposta nos últimos dias".
Num balanço atualizado esta sexta-feira, o ministério do Interior informou que a polícia francesa já deteve 875 pessoas nos tumultos noturnos, metade delas na região de Paris.
Apesar de não ter decretado estado de emergência, como pediam vários partidos, Macron cancelou vários eventos festivos.
Apelando à responsabilidade dos pais dos jovens manifestantes, a quem pediu que mantenham os adolescentes em casa para acabar com os tumultos registados no país, pois grande parte dos detidos são jovens, Macron defendeu que as redes sociais estão a alimentar a violência durante os incidentes e quer que os "conteúdos sensíveis" sejam removidos.
O agente da polícia suspeito da morte do jovem, acusado de homicídio, foi detido e vai ficar em prisão preventiva.
Nahel foi morto com um tiro no peito durante um controlo de trânsito, depois de se recusar a parar. Apesar de, inicialmente, as autoridades terem garantido que o disparo fatal ocorreu em legítima defesa, as imagens das câmaras de vigilância revelaram que a polícia mentiu em relação às circunstâncias do caso.