O presidente Nicolás Maduro considerou que o seu Governo tem sido alvo de uma campanha de "20 anos de mentiras", vincando que é um democrata e o país tem uma democracia sólida.
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Nicolás Maduro falava em Caracas, no Supremo Tribunal de Justiça, após ter sido empossado como presidente da Venezuela para um novo mandato de seis anos.
"A oligarquia e o imperialismo que tantas ditaduras impuseram no nosso continente durante todo o século XX, trata de desfigurar a nossa história política e pessoal. É perita em impor campanhas", acusou.
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Segundo Nicolas Maduro, a Venezuela é "um país profundamente democrático".
"Poderíamos dizer que a democracia foi refundada há anos com a Constituinte e a Constituição de 1999. Em 19 anos na Venezuela realizaram-se 25 eleições para todos os cargos, inclusive o primeiro referendo revogatório da história política da humanidade a 15 de agosto de 2004", acrescentou, precisando que as forças revolucionárias ganham em 23 dos 25 escrutínios.
O presidente venezuelano vincou ainda que os únicos que devem encarar e resolver os seus problemas são os venezuelanos, sem a intervenção de nenhum governo do mundo.
Há problemas. Que levante a mão o Governo que não tem problemas
"Há problemas. Que levante a mão o Governo que não tem problemas, o país que não tem problemas (...) somos vítimas de uma agressão económica brutal, temos uma guerra económica nas ruas e o nosso povo tem resistido e resistirá", concluiu.
O "colete amarelo"
Nicolás Maduro manifestou a disposição de Caracas de "andar lado a lado" com a Europa no caminho do crescimento, desenvolvimento e diálogo, mas pediu o fim das agressões contra o seu país. "Na Europa querem-nos. Na Europa veem-nos com bons olhos, os povos, os movimentos sociais, sindicais, os 'coletes amarelos'", destacou.
O líder venezuelano disse ter recebido como presente um "colete amarelo". "Talvez estreie amanhã (...) Talvez fundemos uma secção dos 'coletes amarelos' da Venezuela, porque somos os rebeldes do mundo", disse Nicolás Maduro que em seguida se expressou, em francês: "Comment ça va? Très bien".
Segundo Maduro, "importantes empresários da Europa querem a Venezuela". "Da Europa, empresários muito importantes estão a vir para cá para investir. Bem-vindos", vincou.
Eu digo à Europa, quieta. Detém-te Europa
Nicolás Maduro sublinhou que "mais além do que digam alguns porta-vozes da União Europeia" existe "toda a vontade da Revolução Bolivariana em andar lado a lado (com a Europa) no caminho do crescimento, da prosperidade e do desenvolvimento e do diálogo de civilizações".
"Essa é a minha mensagem à Europa, perante a intolerância de alguns funcionários também. Eu digo à Europa, quieta. Detém-te Europa. União Europeia, detém-te, não venhas outra vez com o teu velho colonialismo, com velhas agressões", acrescentou.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Nicolás Maduro foi reeleito para um novo mandato presidencial nas eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, com 6.248.864 votos (67,84%).
Um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e o desrespeito pelos tratados de direitos humanos e a Constituição da Venezuela.
A crise político-económica e social levou, segundo dados das Nações Unidas, a que cerca de 3 milhões de venezuelanos tenham abandonado o país, desde 2015, para vários continentes, mas principalmente para países vizinhos.
Prevê-se que na sexta-feira Nicolás Maduro anuncie novas medidas económicas para o país.