Nicolás Maduro anunciou, na terça-feira, que foram detidos os "autores materiais de cinco conspirações" que tinham como objetivo matá-lo e pediu aos venezuelanos que reponham a justiça e façam "os oligarcas fascistas arrependerem-se".
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"Cinco conspirações desvendadas, reveladas, derrotadas, numa conspiração contínua, durante o ano de 2023. Estão presos e confessaram todos os autores materiais das cinco conspirações", disse.
Nicolás Maduro falava para milhares de simpatizantes hoje, em Caracas, no âmbito do lançamento da campanha "Fúria Bolivariana", pela paz e que assinalará, a 4 de fevereiro, o 32.º aniversário da frustrada tentativa de golpe de Estado liderada por Hugo Chávez [presidente entre 1999 e 2013], contra Carlos Andrés Pérez [presidente entre 1974 e 1979, e entre 1989 e 1993].
"O imperialismo queria pregar uma partida ao povo da Venezuela, encher a Venezuela de violência outra vez, e nós impedimo-lo. Com inteligência militar e inteligência popular", disse.
Nicolás Maduro felicitou "os órgãos nacionais de inteligência, a Direção-geral de Contrainteligência Militar, o Serviço Bolivariano de Inteligência, o povo e os patriotas cooperantes" de dentro e fora da Venezuela pelo conseguido. "Eles queriam encher o país de violência e em todos os seus planos havia um alvo. Que Deus me guarde e me proteja sempre. Queriam eliminar-me fisicamente mais uma vez, cinco vezes, queriam matar o general Padrino [López, ministro da Defesa] e os principais chefes militares", disse.
O Governante precisou ainda que a 1 de janeiro queriam ainda sequestrar e assassinar o governador de Táchira, Freddy Bernal. "Eu sou um de vós. E se um dia os fascistas me fizerem algum mal, algum atentado, deixo nas vossas mãos a responsabilidade de fazer o que tiverem de fazer para restabelecer a justiça e a paz na Venezuela", disse. "Eu quero viver. Amo a vida, amo o povo e amo o meu país. Mas sou obrigado a preparar-vos. Porque no ano passado quiseram matar-me cinco vezes", frisou.
O presidente da Venezuela insistiu que é um homem de paz, que já apelou mil vezes ao diálogo, porque acredita "no diálogo, na democracia, na liberdade e no entendimento", mas que "nunca se rendeu e nunca se renderá ao império nem trairá o povo".
Durante a sua intervenção, Nicolás Maduro, disse que a marcha, que decorreu em vários estados do país, era para demonstrar quem manda na Venezuela e para demonstrar o quanto o povo está disposto a fazer para defender a pátria, "inclusive com a própria vida, se for necessário e onde for necessário".
O Ministério Público da Venezuela anunciou, segunda-feira, que 31 pessoas, entre elas civis e militares, foram detidos, desde maio de 2023, pelo alegado envolvimento em cinco conspirações contra o atual Governo, que incluíam o assassinato do presidente Nicolás Maduro. O anúncio foi feito pelo procurador-geral, Tarek William Saab, numa conferência de imprensa em Caracas, em que anunciou novos mandados de detenção, contra jornalistas, youtubers, ativistas dos Direitos Humanos e ex-militares.
Ainda na segunda-feira, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, acusou as agências dos Estados Unidos de informações externas (CIA) e antinarcotráfico (DEA) de tentar derrubar o Governo do presidente Nicolás Maduro. A acusação foi feita numa alocução ao país em que pediu tolerância zero para com os conspiradores.
EUA rejeitam acusações de Caracas
Os Estados Unidos classificaram como "não credíveis" as acusações do Governo da Venezuela, sobre os planos da "extrema-direita venezuelana" para assassinar o Presidente Nicolás Maduro com o apoio da CIA e DEA. "Não vi essas acusações. Obviamente, parece um pouco... bem, nem um pouco. Simplesmente não parece credível", realçou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, depois de questionada durante uma conferência de imprensa sobre as acusações que Maduro fez.