O chefe de Estado venezuelano, Nicolas Maduro, rejeitou o apelo do presidente norte-americano por mudanças na Venezuela e comparou o tom do discurso de Donald Trump em Miami com o de um nazi.
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Trump disse na segunda-feira, na Universidade Internacional da Florida, em Miami, que os Estados Unidos apoiam o líder da oposição, o autoproclamado presidente Juan Guaidó, e condenam Maduro e as políticas socialistas do seu Governo. O presidente dos EUA implorou aos militares da Venezuela para apoiarem Guaidó e alertou sobre as terríveis consequências de ficar ao lado de Maduro.
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Maduro respondeu a Trump num discurso transmitido pela televisão estatal, acusando-o de falar num "estilo quase nazi" e criticando-o por pensar que pode dar ordens aos militares da Venezuela. "Quem é o comandante das forças armadas, Donald Trump de Miami?", atirou Maduro e acrescentou: "Eles acham que são os donos do país".
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Na Venezuela residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.