A mãe de Mickael dos Santos, o lusodescendente identificado num vídeo do Estado Islâmico, disse que não reconhece o filho das imagens da decapitação do norte-americano Peter Kassig e dos soldados sírios.
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Perante uma fotografia publicada na rede social Twitter, sob o perfil de Abou Uthman, o nome jiadista de Mickael dos Santos, a sua mãe diz reconhecer o filho. Mas, perante o vídeo divulgado no passado domingo, afirma: "Aquele não é o meu filho, não o reconheço. Disse isso à Direção-Geral de Segurança Interna".
As declarações de Ana dos Santos à BFM-TV contrariam os serviços secretos franceses que, esta semana, identificaram Mickael dos Santos como o segundo jiadista francês (lusodescendente, neste caso) presente no vídeo da execução de Peter Kassig e dos soldados sírios.
Ao "Le Monde", uma fonte dos serviços de informação não identificada frisou que nunca afirmaram que Ana dos Santos fez um reconhecimento formal do seu filho naquele vídeo. "A sua identificação não se baseia num simples reconhecimento facial, mas num conjunto de elementos precisos, que não podemos revelar, como o que se sabe das suas atividades na Síria", defendeu.
Recorde-se que, na quinta-feira, Mickael dos Santos negou estar no vídeo da execução. "Anuncio claramente que não sou eu no vídeo", afirmou noTwitter. E acrescentou: "O pior é que a minha família disse que não era eu. Os meus irmãos riram-se da Comunicação Social que, em França, tem sempre essa necessidade de mentir para fazer ruído".
Mickael dos Santos vivia no bairro de Tremblay, em Champigny-sur-Marne, nos arredores de Paris, tendo nascido nesta cidade a 17 de janeiro de 1992, filho de pais portugueses, e tendo-se naturalizado francês em 2009, o ano em que se converteu ao Islão.