O magnata e gestor de fundos de investimento especulativo Bill Ackman, uma referência em Wall Street, recomendou a Donald Trump que fizesse uma "pausa" de 90 dias antes de lançar em 02 de abril uma "guerra nuclear económica".
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Ackman, que dirige o fundo Pershing Square e foi um dos multimilionários que apoiou Trump, avisou-o nas redes sociais que "ao impor taxas alfandegárias massivas e desproporcionadas a amigos e inimigos", está a "destruir a confiança" nos EUA como parceiro comercial e mercado de destino de investimentos.
O magnata apelou a uma "pausa de 90 dias para negociar as taxas alfandegárias injustas, além de assimétricas" e antecipou que os EUA, se "em 9 de abril lançarem uma guerra nuclear económica contra todos os países do munido", vão ter traves problemas de reputação, que vão precisar de décadas para serem reparados, e contrair o consumo e o investimento.
Assegurou ainda que Trump "está a perder a confiança dos líderes empresariais de todo o mundo" e que as consequências vão ser muito más para os "consumidores de baixos recursos", entre os quais tem "milhões" de votantes, para concluir: "Não foi para isto que votámos".
Os comentários negativos de Ackman somam-se à do presidente do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, que disse que a política tarifária de Trump está a levar os mercados ao "ambiente geopolítico e económico mais perigoso e complicado desde a Segunda Guerra Mundial".
Em carta aos acionistas do banco, Dimon acentuou que a mentalidade "America First" de Trump, que impõe tarifas muito elevadas aos parceiros comerciais e concorrentes estratégicos, pode minar a posição privilegiada do país.
"Se as alianças militares e económicas do mundo ocidental se fragmentassem, os Estados Unidos enfraqueceriam inevitavelmente com o tempo. É extremamente importante reconhecer que a segurança e a economia estão interligadas; a guerra 'económica' já provocou guerras militares no passado", avançou.
Até Elon Musk parece separado de Trump neste assunto, ao defender no fim de semana "taxas alfandegárias zero" entre os EUA e a União Europeia, criando uma zona de comércio livre e com mais liberdade de circulação de trabalhadores.