Mais de uma centena de feridos saiu da Faixa de Gaza para o Egito desde a reabertura da passagem de Rafah no sábado, no âmbito do cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
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“No total, saíram 104 feridos e 171 acompanhantes. Não é pouco, é um bom número. Dizia-se que eram no máximo 50 pessoas por dia”, disse o governador da província do norte do Sinai, Khaled Megawer, à agência espanhola EFE.
Segundo Megawer, a travessia de pessoas da Palestina para o Egito depende “da situação no local” e do estado da sua documentação no acesso a Rafah, que esteve encerrado desde a ocupação israelita do lado palestiniano da passagem, em maio passado.
Desde sábado passado, um total de 275 pessoas, entre os quais feridos e acompanhantes, entraram em território egípcio para serem tratadas em hospitais no Egito e noutros países da região árabe.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que precisam de ser retirados cerca de 12 mil habitantes de Gaza para receber tratamento médico, incluindo operações cirúrgicas complexas, devido aos ferimentos sofridos durante a guerra, bem como doentes com cancro.
Desde o início da guerra, na sequência do ataque do Hamas ao sul de Israel no dia 7 outubro de 2023, que fez 1200 mortos e cerca de 250 reféns, foram retirados cerca de 5400 doentes do enclave, a maioria dos quais antes do encerramento da passagem de Rafah.
Em retaliação pelo ataque do movimento islamita palestiniano, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e a destruição da maioria das infraestruturas do enclave, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas desde 2007.
Durante o encerramento da passagem de Rafah, apenas cerca de 400 doentes foram retirados através do posto fronteiriço israelita de Kerem Shalom, segundo dados da OMS, anteriores ao cessar-fogo atual.