Mais de 100 mil pessoas participavam este domingo à tarde, no centro de Minsk, numa manifestação da oposição ao presidente Alexandr Lukashenko, no poder há 26 anos, cuja reeleição, a 9 de agosto, é contestada como fraudulenta.
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Segundo jornalistas no local, dezenas de milhares de pessoas protestavam na Praça da Independência e nas ruas que lhe dão acesso, enquanto continuavam a chegar manifestantes.
Parte dirigiu-se ao Palácio da Independência, a residência oficial do presidente, na avenida Pieramozcau, para levar "presentes para Lukashenko", que faz 66 anos este domingo.
O protesto, designado "Marcha pela Independência", realiza-se pelo terceiro domingo consecutivo na capital bielorrussa, com a adesão em massa da população.
Desde o princípio da tarde, quando começaram a chegar manifestantes à Praça da Independência, a polícia, destacada às centenas para o local, deteve mais de uma centena de pessoas.
Segundo a porta-voz do Ministério do Interior, Olga Shemodanova, 125 pessoas foram detidas hoje "por participarem em protestos maciços não autorizados".
No sábado, as autoridades bielorrussas retiraram as credenciais a 17 jornalistas estrangeiros, alguns dos quais foram detidos por umas horas.
Segundo a Associação de Jornalistas da Bielorrússia, entre os afetados encontram-se correspondentes da televisão alemã, das agências France-Presse, Associated Press e Reuters, entre outros.
A crise na Bielorrússia foi desencadeada após as eleições de 9 de agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziu o Presidente Alexandr Lukashenko, no poder há 26 anos, para um sexto mandato, com 80% dos votos.
A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.
Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com milhares de pessoas detidas e centenas de feridos.