Um comando talibã lançou, esta terça-feira, um ataque contra uma escola militar em Peshawar, naquele que foi o mais sangrento ataque terrorista da história do Paquistão. O balanço oficial indica 141 mortos, dos quais 132 são estudantes (entre os 10 e 18 anos). Os seis atacantes foram mortos.
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O exército paquistanês informou que 141 pessoas, 132 das quais crianças, foram mortas no ataque de um comando talibã a uma escola para filhos de militares em Peshawar, o mais sangrento ataque terrorista da história do Paquistão.
O pior até agora tinha sido um atentado que causou 139 mortos em Carachi (sul) em 2007 aquando do regresso ao país da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto.
O porta-voz do exército paquistanês, general Asim Bajwa, disse ainda, numa conferência de imprensa, que 124 pessoas, entre as quais 121 crianças, ficaram feridas no ataque que durou mais de seis horas e que terminou com a morte dos seis elementos do comando talibã.
O ataque foi lançado cerca das 10.30 horas locais (05.30 horas em Portugal continental) quando um grupo de seis homens armados, alegadamente vestidos com uniformes militares, entrou na escola. Estavam no interior cerca de 500 pessoas - entre alunos e professores. Fonte do exército disse que a maioria das pessoas foi retirada do local. O edifício foi cercado pelo exército paquistanês e por diversos veículos de emergência e helicópteros.
Cerca de 8 horas depois, a polícia anunciou que o ataque tinha terminado e todos os seis atacantes foram mortos.
Segundo Asim Bajwa, "os terroristas começaram a disparar de modo aleatório logo que entraram na escola e não tinham qualquer intenção de fazer reféns".
Os atacantes "tinham todos coletes suicidas (com explosivos) e munições e comida para vários dias", adiantou o porta-voz militar, referindo não saber quantos tinham sido mortos pelas forças de segurança e quantos se tinham feito explodir.
A maior parte das crianças foi morta com um tiro na cabeça, segundo o ministro da Informação provincial, Mushtaq Ghani.
A escola faz parte do sistema de Escolas Militares Públicas, que gere 146 estabelecimentos de ensino frequentados por filhos de militares e civis entre os 10 e os 18 anos.
A autoria do ataque foi reivindicada pelo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), movimento dos talibãs paquistaneses que lidera, desde 2007, uma sangrenta guerra contra o Governo de Islamabad.
Um porta-voz do TTP indicou que os homens armados receberam ordens para disparar mas apenas contra alunos mais velhos e não contra menores, de acordo com o diário "The Express Tribune".