Mais de 3000 raparigas foram obrigadas a casar na Alemanha, no período de um ano, segundo um relatório governamental divulgado, esta quarta-feira, que revela um número muito mais alarmante do que as estimativas apresentadas até agora.
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O estudo encomendado pelo Ministério da Família e realizado junto de 830 centros de assistência revela que, só 2008, 3443 raparigas foram obrigadas a casar e que 60% o fizeram sob a forma de ameaça.
Não existem dados que permitam saber o número real de casos. A associação Terra das Mulheres calcula a existência de um milhão de casos por ano, dado que na maioria das vezes as vitimas não procuram ajuda, pois têm medo de enfrentar a família.
A associação considerou num comunicado que é impressionante verificar "que as vítimas estão aparentemente bem integradas". Alguns especialistas têm falado nos últimos tempos do fracasso das políticas de integração na Alemanha.
Entre as raparigas confrontadas com os casamentos forçados, 32% tinham nascido na Alemanha e 44% possuíam um passaporte alemão. Mais de 70% tinha menos de 21 anos e perto de um terço menos de 18.
De acordo com os dados, 44% dos pais das vítimas eram originários da Turquia e outros da Sérvia, do Iraque e do Afeganistão. 52% das uniões forçadas ocorrem no estrangeiro.
As uniões forçadas realizadas na Alemanha são passíveis de sanções penais, com uma pena até cinco anos de prisão, mas para as que ocorrem no estrangeiro não existe qualquer recurso judicial.
A Alemanha conta com cerca de 7,3 milhões de estrangeiros, o que corresponde a 8,9% da população.