Mais de 51 mil civis foram deslocados desde o início da ofensiva do regime sírio contra rebeldes na província de Alepo.
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Além dos deslocados, 300 mil outros civis "poderão estar sitiados", declarou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, num comunicado.
O regime de Bashar al-Assad lançou a ofensiva há 10 dias, na mesma altura em que a ONU tentava iniciar em Genebra as conversações de paz.
Segundo o Alto Comissário, dezenas de civis terão sido mortos desde então, número que o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) estima em cerca de 100, de entre o total de 500 mortos na ofensiva.
Al Hussein declarou-se "extremamente preocupado" com a rápida deterioração da situação em Alepo, mas também noutras zonas da Síria, onde "violações e abusos chocantes acontecem diariamente".
"As mulheres, as crianças, os idosos, os feridos, os doentes, os deficientes são utilizados como moeda de troca e carne para canhão, dia após dia, semana após semana, mês após mês", adiantou, criticando sobretudo a situação de cerco imposto pelas partes em conflito a centenas de milhares de pessoas.
A propósito, indicou que em Madaya, pelo menos 26 pessoas morreram de fome desde janeiro, apesar da chegada de comboios humanitários a 11 e 14 de janeiro. "Pelo menos 300 pessoas, entre as quais mulheres e crianças, precisam de ser retiradas imediatamente", segundo a ONU.
Em Mouadamiyat al-Cham, perto de Damasco, cerca de 35 mil civis estão sitiados. Pelo menos seis civis, entre os quais cinco crianças, morreram de fome em janeiro e mais de 25 crianças menores de dois anos sofrem de desnutrição e de problemas de saúde.