Mais de 60 pessoas suspeitas de terem descarregado e visto milhares de fotografias e vídeos de pornografia infantil na Internet, foram detidas em França desde segunda-feira no âmbito de uma vasta operação policial, indicou esta quinta-feira fonte policial francesa.
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Entre os detidos, com idades entre os 28 e os 75 anos, pelo menos quatro estão implicados em atos de abuso sexual de menores, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) o chefe do departamento da Polícia Judiciária francesa que coordenou as operações, Eric Bérot, que confirmou as informações do jornal Parisien e da rádio RTL.
"Isto demonstra que o descarregamento de ficheiros com pornografia infantil não é trivial. Temos pessoas que passam depois à ação", sublinhou Bérot, adiantando que um dos detidos para interrogatório é educador desportivo em dois clubes de futebol.
Segundo o comissário da PJ francesa, os perfis dos detidos são dos mais variados, entre um imã, técnicos de informática, reformados, empregados, desempregados ou quadros superiores.
"Estão representados praticamente todos os estratos sociais. O único denominador comum é serem 99% homens, à exceção de um casal que consultava as imagens em conjunto", acrescentou Bérot.
Cerca de uma dezena deles são já conhecidos da justiça francesa pelo mesmo tipo de factos e estão inscritos nos ficheiros judiciários por infrações sexuais.
Oriundos de cerca de três dezenas de departamentos franceses, os suspeitos, cujas detenções mobilizaram 220 polícias, descarregavam as fotos e vídeos em redes ponto a ponto, o que permite aos utilizadores trocar diretamente os ficheiros sem passar por um servidor.
Os investigadores, apoiados por um software norte-americano utilizado pelo FBI, conseguiram penetrar nessas redes, descobrir os endereços IP e detetar os descarregamentos.
Nas operações foram apreendidos mais de uma centena de discos externos, mais de 100 telemóveis e computadores portáteis, perto de 150 "pen-drives", DVD e CD, contendo centenas de milhares de fotografias e de vídeos pornografia infantil.
"Um dos detidos para interrogatório estava até equipado com um servidor com refrigeração a água, com 176 terabytes de dados descarregados", disse Bérot.