Numa carta aberta, mais de 600 trabalhadores da start-up dedicada à inteligência artificial ameaçaram pedir demissão caso Sam Altman, cofundador da empresa norte-americana, não seja reintegrado após um despedimento que apanhou a equipa de surpresa.
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Quase todos os 700 funcionários da OpenAI assinaram uma carta aberta na qual exigem a reintegração de Sam Altman, demitido na passada sexta-feira, nos quadros da empresa. Centenas de trabalhadores acusam a direção da start-up de ter gerido mal o despedimento do cofundador e admitam abandonar funções se não for aplicada uma medida que reverta o despedimento que consideram não ser justificado.
"As suas ações tornaram óbvio que são incapazes de supervisionar a OpenAI. Somos incapazes de trabalhar para pessoas que não têm competência, discernimento e cuidado com a nossa missão e com os funcionários", escreveram os funcionários, admitindo que os membros do Conselho de Administração não reagiram ao pedido.
A divulgação da carta surgiu poucas horas após a Microsoft ter anunciado que iria contratar Altman, com os mais de 600 trabalhadores da OpenAI a admitirem seguir "iminentemente" o mesmo caminho do cofundador. "Tomaremos esse passo em breve, a menos que todos os atuais membros do conselho renunciem e reintegrar Sam Altman e Greg Brockman", pode ler-se.
Entre os signatários da carta está Mira Murati, que, na última sexta-feira, tinha sido nomeada pela direção como sucessora interina de Sam Altman, tal como Ilya Sutskever, cofundador da OpenAI, cientista-chefe e membro da direção.
A OpenAI foi fundada como uma entidade sem fins lucrativos e controla uma subsidiária comercial que, até sexta-feira, era gerida por Altman. O executivo de 38 anos tornou-se respeitado na área tecnológica graças ao sucesso do ChatGPT, o sistema de inteligência artificial que alcançou 100 milhões de utilizadores logo após o seu lançamento, em novembro do ano passado.