As autoridades ocupantes pró-russas na Ucrânia anunciaram, esta quarta-feira, que "mais de 70 mil civis" abandonaram "numa semana" a região de Kherson, no sul do país, desde o início da retirada de habitantes, a 19 de outubro.
Corpo do artigo
"Tenho a certeza de que mais de 70 mil [pessoas] partiram numa semana, desde que foi organizada a travessia" da margem direita do rio Dnieper para a margem esquerda, mais distante da frente, declarou Vladimir Saldo, o dirigente da administração de ocupação russa, em direto, à estação de televisão Krym 24.
"As autoridades de ocupação russas da região de Kherson tinham indicado que começariam a 19 de outubro a retirada de civis da região, devido ao avanço das tropas ucranianas.
Desde o início de setembro, o exército ucraniano está a fazer avanços graduais nesta região que Moscovo declarou anexada no fim desse mês, embora não detenha o seu controlo total.
A recuperação de território das tropas ucranianas levou as autoridades pró-russas a exigir que a população civil abandonasse as suas casas e atravessasse para a margem esquerda do rio Dnieper, mais afastada da frente de combate.
Esta quarta-feira, Vladimir Saldo anunciou "a proibição de entrada na zona da margem direita da região por um período de sete dias", devido à "situação tensa na linha de contacto" entre as tropas russas e ucranianas.
O dirigente da administração de ocupação russa invocou o "perigo imediato de inundação dos territórios da região de Kherson e de destruição maciça das infraestruturas civis" por Kiev para justificar tal medida.
Na passada sexta-feira, dia 21 de outubro, as autoridades ocupantes russas tinham acusado Kiev de ter matado quatro pessoas no bombardeamento de uma ponte sobre o Dnieper, o que o exército ucraniano negou ter acontecido.