Mais de 80 imigrantes irregulares africanos, entre eles três menores, estão na Ilha da Terra, uma pequena ilhota espanhola desabitada, situada no arquipélago de Alhucenas, a cerca de 100 quilómetros oeste de Melilla.
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Segundo a Delegação do Governo, um primeiro grupo de 19 imigrantes chegou ao ilhote na passada quarta-feira, tendo posteriormente três bebés e três mulheres, uma delas grávida, sido transferidos para Melilla.
Na madrugada de domingo chegou uma nova embarcação com mais 68 imigrantes, entre eles três menores e 17 mulheres.
A chegada do segundo grupo coincidiu com a tentativa de mais de 60 imigrantes irregulares saltarem, sem êxito, a vedação que separa a cidade espanhola de Melilla de Marrocos.
Responsáveis do Governo espanhol confirmaram que as autoridades pretendiam, numa primeira fase, transferir os três menores para Melilla, mas que isso não foi possível porque as mães se recusaram.
O assunto foi já debatido em contactos entre os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros espanhóis, respetivamente Jorge Fernández Díaz e José Manuel García-Margallo, e os seus homólogos marroquinos.
Madrid está preocupado pelo aumento das ações das redes de tráfico de pessoas que operam a partir de Marrocos e que tentam organizar viagens de dezenas de imigrantes irregulares para território espanhol.
Efetivos da base militar destacados no Peñón de Alhucemas, próximo da Ilha de Terra, tem estado nos últimos dias a dar assistência humanitária aos imigrantes que estão no ilhote, fornecendo-lhes mantas, água e comida.
Em declarações aos jornalistas, o delegado do Governo em Melilla, Abdelmalik O Barkani, afirmou não duvidar de que a chegada dos imigrantes se trata de uma ação "perfeitamente coordenada e orquestrada" por parte das redes que traficam seres humanos.
Segundo referiu, o caso demonstra a necessidade de procurar uma solução abrangente, inclusive a nível europeu, para lidar com a imigração irregular a partir de África.