Mais de 90 pessoas, incluindo 25 crianças, foram mortas desde sexta-feira em bombardeamentos das forças do regime na Síria em Houla, no centro, segundo um novo balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
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"Mais de 90 pessoas foram mortas, incluindo 25 crianças, nos bombardeamentos", contra a periferia de Houla, na província de Homs, disse o chefe do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
Os bombardeamentos começaram por volta do meio-dia de sexta-feira, visando principalmente as localidades de Taldo e Tibé, e prolongaram-se até à madrugada de hoje, precisou.
Vários habitantes de Tibé e Taldo estão a fugir para o centro de Houla por receio de novos bombardeamentos, enquanto vídeos amadores colocados no YouTube mostram cadáveres de crianças nas ruas.
O OSDH denuncia a inação da comunidade internacional e da liga Árabe, acusando-os de cumplicidade com o regime sírio no "massacre de Houla".
"Desde o meio-dia que se ouve falar dos bombardeamentos e nenhum dos observadores baseados em Homs se mexeu", disse sexta-feira à noite Abdel Rahmane, quando questionado sobre o papel dos observadores das Nações Unidas na Síria.
Também na sexta-feira, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo de oposição ao regime do presidente Bashar al-Assad, falava "em 110 mortos, mais de metade crianças" e pressionava o Conselho de Segurança das Nações Unidas a convocar uma reunião de urgência para analisar a situação em Houla.
Segundo o OSDH, que tem sede em Londres, mais de 100 pessoas foram mortas pelas forças do regime desde sexta-feira, dia em que se realizaram manifestações contra o regime por todo o país, particularmente em Alep, segunda maior cidade da Síria.
A última onda de violência acontece numa altura em que o enviado especial ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, planeia visitar Damasco, pela segunda vez, no início da próxima semana, numa tentativa de revigorar o seu plano de paz.
A ONU estima agora em 10 mil o número de pessoas mortas desde que começou a revolta popular contra o regime do presidente Bashar al-Assad.