Mais demissões, agora na Saúde. Robert F. Kennedy Jr. corta 10 mil postos de trabalho
O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., anunciou, esta quinta-feira, um novo plano para eliminar milhares de postos de trabalho do departamento que dirige, uma medida com a marca do plano do presidente Donald Trump de cortar postos de trabalho na administração federal.
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O novo plano afeta 10 mil postos de trabalho, que se somam aos empregos perdidos pela não renovação de reformas antecipadas e aos que aceitaram a demissão do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), dirigido por Elon Musk.
Kennedy Jr. gerou preocupação entre alguns especialistas em saúde pelas suas posições contra a importância da vacinação contra algumas doenças, como o sarampo, ou a favor de deixar que a gripe aviária se propague sem controle entre as aves de curral americanas.
Segundo um comunicado, os planos representariam uma poupança estimada em 1,8 bilhão de dólares (10,3 bilhões de reais) anuais, apenas 0,1% do orçamento anual da Saúde e Serviços Humanos, de 1,8 triliões de dólares (cerca de 1,7 biliões de euros), cerca de 25% do gasto total do governo federal.
"Não estamos apenas a reduzir a expansão burocrática", disse o secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., no comunicado. "Estamos a realinhar a organização com a sua missão principal e as nossas novas prioridades para reverter a epidemia de doenças crónicas", acrescentou.
O objetivo do governo é diminuir de 28 para 15 o número de áreas e reduzir para metade os seus escritórios regionais.
"Esse departamento fará mais, muito mais, a um menor custo para o contribuinte", acrescentou o secretário de Saúde.
A Administração de Alimentos e Medicamentos será a mais afetada, com o corte de 3.500 de postos de trabalho, seguida dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças, com 2.400, e os Institutos Nacionais de Saúde, que perderão 1.200 trabalhadores.
O novo plano tem como objetivo "pôr fim à epidemia de doenças crónicas nos Estados Unidos, centrando-se em alimentos saudáveis e seguros, água limpa e a eliminação de toxinas ambientais", segundo o comunicado.
O ex-advogado ambiental assumiu a direção do Departamento de Saúde em meados de fevereiro com a promessa de atacar as instituições que "roubam a saúde" dos americanos.
Vários trabalhadores, especialistas e cientistas do setor opuseram-se à designação de Kennedy Jr. devido às suas posições antivacinas.
Desde o seu regresso retorno ao poder, Trump realizou cortes radicais na administração federal, com demissões maciças que foram alvo de ações na Justiça.