Autoridades de saúde no Malawi queimaram 19 610 doses expiradas da vacina da AstraZeneca, dizendo que esse ato vai tranquilizar o público de que as vacinas que receberem são seguras.
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O Malawi recebeu 102 mil doses da vacina da AstraZeneca que adquiriu da União Africana em 26 de março, tendo usado quase 80% delas.
Porém, a data de validade dos rótulos era 13 de abril e as autoridades dizem que não tinham tempo suficientes para administrar todas.
Num processo de 30 minutos, os funcionários destruíram milhares de vacinas contra a covid-19, deixando para trás pedaços partidos dos frascos que continham o líquido.
Em declarações à "BBC", o principal secretário de saúde do Malawi disse ser uma pena que tenha sido necessário destruir as vacinas, mas afirmou que os benefícios superam os riscos.
"Quando se espalhou a notícia de que tínhamos vacinas expiradas, percebemos que as pessoas não vinham às nossas clínicas para se imunizar", explicou Charles Mwansambo. "Se não as queimarmos, as pessoas pensarão que estamos a usar vacinas expiradas nas nossas instalações e, se não vierem, a covid-19 vai atingi-las com força".
O Governo daquele país africano afirmou ter os stocks adequados de vacinas e pediu que todas as pessoas com mais de 18 anos a recebessem.
Além das 102 mil doses da União Africana, o Malawi recebeu 300 mil doses da Covax e 50 mil provenientes diretamente da Índia.
O Malawi não é o único país de África com vacinas expiradas. Inicialmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos países afetados que mantivessem as vacinas até que pudesse determinar se ainda poderiam ser usadas. Contudo, a OMS diz agora que as vacinas expiradas devem ser destruídas.
Este país é o primeiro do continente africano a queimar vacinas publicamente.