Um jovem manifestante de 15 anos está em estado crítico por ter sido alvejado pelas forças de segurança, esta terça-feira, na praça Tahrir, informou um médico egípcio. Em quatro dias, a repressão fez 12 mortos.
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Segundo o médico, que pediu para não ser identificado, o jovem ficou ferido quando as forças de segurança egípcias tentaram dispersar os manifestantes que estão concentrados na praça Tahrir para exigir a saída imediata dos militares do poder.
O incidente ocorreu numa altura em que são crescentes as críticas aos militares pelo excessiva utilização da força contra manifestantes desarmados, incluindo mulheres, desde a passada sexta-feira.
"Violência é indigna da revolução"
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, considerou que a violência sobre as mulheres egípcias nas manifestações é indigna da revolução popular e "desonra o Estado".
Segundo a chefe da diplomacia norte-americana, citada pela agência AFP numa conferência numa universidade de Washington, as mulheres são "especialmente visadas pelas forças da ordem e pelos extremistas".
As manifestantes "são agredidas e sujeitas a ataques horríveis", denunciou na segunda-feira, dia em que o poder militar no Egipto foi alvo de pressões internacionais para acabar com os confrontos com os manifestantes anti-Exército, que causaram em quatro dias, no Cairo, 12 mortos e centenas de feridos.
O Exército reconheceu ter agredido uma manifestante com véu, arrastando-a sobre a calçada, ao ponto de pôr a descoberto o seu sutiã e a sua barriga.
Para Hillary Clinton, trata-se de acontecimentos "particularmente chocantes", sendo que a forma como as mulheres são tratadas na revolução egípcia "desonra o Estado e não é digna de um grande povo".