O maquinista do comboio que descarrilou quarta-feira em Santiago de Compostela já teve alta hospitalar e encontra-se detido nos calabouços da Polícia. Foi concluída a identificação de todas as vítimas mortais.
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Francisco José Garzón Amo está formalmente acusado de homicídio por negligência e terá que ser presente a um juiz até às 19.40 horas deste domingo, explicou o ministro do Interior, que visitou o local do acidente, juntamente com a ministra do Fomento, Ana Pastor. Jorge Fernández Díaz disse que "há indícios razoáveis para pensar que pode ter responsabilidade no que aconteceu".
O maquinista, de 52 anos, recebeu este sábado alta médica e foi transferido para a esquadra do Corpo Nacional da Polícia. Em declarações à agência de notícias Efe, o secretário geral do Sindicato dos Maquinistas mostrou-se "surpreso" pela sua "rápida detenção e rápida acusação", uma vez que ainda não foi interrogado por um juiz.
Francisco Amo, que tem um traumatismo torácico, foi visitado no hospital pela mãe, que está doente. Recusou apoio psicológico.
As autoridades ainda não conseguiram perceber por que razão circulava a mais do dobro da velocidade permitida naquele troço. Fontes ligadas à investigação recusaram, ao jornal espanhol "El Mundo", a teoria de que estaria a falar ao telemóvel no momento do acidente.
Descobre que está grávida
Este sábado foi concluída a identificação dos últimos três cadáveres, entre os quais se encontrava o de uma menina de dois anos e um homem de nacionalidade francesa Faltam identificar 37 restos humanos e verificar se pertencem às 78 vítimas mortais ou a mortos não contabilizados, explicou Antonio del Amo, da Polícia Científica.
Estavam ainda hospitalizadas 42 pessoas, 27 das quais em estado grave (três são crianças). De acordo com o jornal "La Voz de Galicia", uma das mulheres que ficou ferida descobriu que estava grávida no hospital. A mulher, que viajava com um filho, lembra-se de estar estendida no chão e de, a seu lado, estar o maquinista, ensanguentado, que só dizia "Perdão, perdão".
Os familiares das vítimas e os sobreviventes já começaram a recolher as bagagens.