O maquinista do comboio que descarrilou na quarta-feira em Santiago de Compostela - causando 79 mortos - saiu, este domingo, em liberdade com caução depois de ter admitido ao juiz que cometeu uma "imprudência".
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Francisco José Garzón Amo, de 52 anos, respondeu durante mais de duas horas às perguntas do juiz Luis Aláez. Durante o interrogatório reconheceu que ia em excesso de velocidade e admitiu ter cometido uma "imprudência".
No final, saiu em liberdade, com caução. O magistrado retirou-lhe o passaporte e proibiu-o de conduzir comboios. Tem que se apresentar semanalmente na Polícia.
Como funcionário da Renfe, Francisco Amo tem direito a assistência jurídica gratuita, mas não se sabe se é o advogado da empresa que o está a aconselhar.
Segundo a agência de notícias Efe, a empresa pública de caminho-de-ferro constituiu-se como parte interessada para poder acompanhar o processo de perto.
Antes de interrogar Francisco Amo, o juiz Luis Aláez entregou uma cópia do relatório policial às partes envolvidas no processo, tendo-lhes dado 20 minutos para ler o documento.
Embora tudo aponta para que o acidente de quarta-feira à noite em Angrois tenha sido causado por falha humana, José Luiz Balseiro Vigo, da Polícia da Corunha, disse ao jornal "El Mundo" que "nenhuma linha de investigação foi descartada".
Entretanto, segundo a "Europa Press", a Polícia começou a interrogar os feridos leves para saber se notaram algo de estranho durante a viagem e como é que tudo se desenrolou depois do descarrilamento.
De acordo com o jornal "ABC", as autoridades estão também a analisar o registo de chamadas dos dois telemóveis do maquinista (um particular e outro de serviço) para saber se estava a utilizar algum na altura do acidente e se terá realizado algum telefonema importante.
Em declarações à agência de notícias Efe, o tio do maquinista, Fernando Garzón, desabafou: "Parece que só há um culpado, mas tem que haver mais, evidentemente".