Um maquinista da Renfe parou o comboio quando terminou o seu turno de trabalho. Mais de cem passageiros ficaram a meio do percurso.
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O "incidente nada habitual" aconteceu na terça-feira à noite, quando um maquinista da operadora ferroviária espanhola Renfe decidiu interromper a ligação de um comboio Alvia entre Santander e Madrid, na localidade de Osorno, em Palência.
Fontes da Guarda Civil, citadas pelo "El País", revelam que "o maquinista alegou que tinha terminado o seu turno diário e que não tinha substituto", por isso, decidiu parar o comboio naquela localidade, com cerca de 1400 habitantes.
O comboio tinha partido de Santander com 15 minutos de atraso e deveria chegar à capital espanhola às 23.37 horas (menos uma hora em Portugal continental), mas a viagem "acabou" pelas 21 horas (pouco mais de duas horas após a partida), afetando 109 passageiros. Primeiro ouviram que a paragem se devia a "problemas técnicos" e só 15 minutos depois surgiu uma nova explicação pelos intercomunicadores do comboio: "Disseram que o maquinista tinha decidido parar porque terminara o seu turno e não queria arriscar ter um acidente por excesso de horas", cita o jornal local "El Diário Montanés".
Para acentuar a indignação dos passageiros, as portas do comboio só abriram com a chegada da Guarda Civil à estação de Osorno. E só uma hora depois, o revisor do comboio informou que a empresa iria disponibilizar um autocarro para fazer o resto da viagem. "Parece que estão com dificuldade em encontrar um autocarro a esta hora que nos leve a Madrid. Não seria mais fácil trazerem um maquinista de Palência?", questionou uma passageira. Quem queria ir para Palência e Valladolid teve ligação por autocarro pelas 23 horas. Os que se dirigiam para Madrid ainda esperaram mais 30 minutos. Chegaram ao destino com mais de cinco horas de atraso.
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Um porta-voz da Renfe considerou o sucedido como um "incidente nada habitual", tendo pedido desculpa aos 109 passageiros afetados. "Lamentamos o atraso e os transtornos causados e informamos que os passageiros têm direito ao reembolso a 100% do valor do bilhete", afirmou a empresa ferroviária. A Renfe informou ainda que abriu um inquérito interno para apurar os motivos da decisão do maquinista, que pode determinar a aplicação de uma sanção ao trabalhador.
Esta quarta-feira, a empresa e o sindicato já tinham agendada uma reunião para debater problemas como a falta de maquinistas (devido a reforma, baixas laborais e novas regras nos horários) e o excesso de horas extra.