Mata e desmembra ex-mulher e dois filhos em Espanha antes de cumprir pena de prisão

Um homem desmembrou a ex-mulher e os dois filhos, um menino de oito anos e uma menina de três, no município espanhol de Cuenca. A Guarda Civil encontrou, este sábado, os restos mortais das três vítimas na câmara frigorífica de uma casa em Las Pedroñeras. Segundo noticia o "El País", o ex-companheiro da mulher e pai das crianças, que já tinha sido condenado por violência doméstica e estava prestes a cumprir pena de prisão, foi detido.

O desaparecimento da mãe dos menores, Ammal, de origem magrebina, foi reportado na sexta-feira à tarde por um familiar. Poucas horas depois, as autoridades policiais encontraram os corpos, numa habitação adjacente à da própria mulher. 

O suspeito do triplo homicídio, de 44 anos e origem marroquina, trabalhava no matadouro local e estava impedido de se aproximar da companheira, por ordem judicial, na sequência de episódios de violência doméstica. De acordo com relatos de vizinhos da família, citados em jornais regionais, a mulher trabalhava na Câmara Muncipal de Las Pedroñeras e denunciou inúmeras situações de maus-tratos de que foi vítima. Ammal integrava o sistema VioGén, de acompanhamento em casos de violência. "Se realmente cometeu o crime, é evidente que ignorou a ordem de afastamento da vítima", referiu Jesús de la Cruz, porta-voz da polícia de Cuenca.

A Conselheira da Igualdade de Castela-La Mancha, Sara Simón, condenou o homicídio, assegurando que o governo regional vai pedir que recaia sobre o culpado "todo o peso da lei". 

24 horas negras

O caso de Las Pedroñeras é o terceiro a chocar Espanha nas últimas 24 horas. Na madrugada deste sábado, um homem de 34 anos entrou na casa onde a ex-namorada, de 20, vivia com a mãe, em Zafarraya (Granada), matou-as a tiro e suicidou-se. Os vizinhos ouviram os três disparos e alertaram as autoridades. 

Na sexta-feira à noite, pelas 23.15 horas, um homem de 75 anos estrangulou a companheira, de 76, e depois tentou suicidar-se com recurso a comprimidos, em Fuengirola (Málaga). Segundo informações dos serviços de emergência de Andaluzia, o suspeito está fora de perigo. O casal, com dois filhos e dois netos, era de Córdoba, embora vivesse em Málaga.

Os três casos transformaram este sábado no dia com mais crimes do ano, levando a ministra da Igualdade, Ana Redondo, a anunciar que foi convocada para a próxima semana uma comissão de crise, na qual serão analisados os homicídios.

"Às vezes não falamos com a vítima, deixamos acontecer", lamentou, acrescentando que é urgente reforçar os mecanismos contra a violência.