Os 20 barcos da flotilha solidária de ajuda humanitária a Gaza que zarparam no domingo de Barcelona (Espanha) regressaram à origem hoje de madrugada devido ao mau tempo, mas os capitães querem voltar a partir.
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A flotilha foi apanhada em alto mar por uma tempestade que atingiu a costa catalã e, por questões de segurança, foi decidido regressar ao porto de Barcelona, onde os passageiros que integram a missão - entre os quais se contam a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício - pernoitaram.
Os navios da "Flotilha Global Sumud" tinham partido de Barcelona às 15:00 locais de domingo (14:00 em Lisboa) ao som de cânticos sobre a "Palestina Livre".
Um dos barcos é capitaneado pelo vereador do partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) na Câmara Municipal de Barcelona, Jordi Coronas, tendo hoje o presidente do partido, Oriol Junqueras, explicado que o vento norte que sopra no Golfo de Leão e na costa catalã estava a dificultar muito a navegação, pelo que se decidiu regressar ao porto e aguardar pela melhoria das condições meteorológicas.
Entre as 300 pessoas que se candidataram a esta missão humanitária está a ativista sueca Greta Thunberg, que apelou "à resistência" dos cidadãos face "ao fracasso" dos governos para enfrentar "o genocídio" perpetrado por Israel em Gaza.
A própria Thunberg anunciou a criação da flotilha a 10 de agosto como "a maior tentativa de romper o bloqueio ilegal israelita a Gaza", referindo que dezenas de barcos iriam partir de Barcelona e juntar-se, a 4 de setembro, a navios de outras partes do Mediterrâneo, como Itália e Tunísia.
Desde então, a "Flotilha Global Sumud", que conta com a participação de 44 países, recebeu manifestações de apoio de ativistas sociais de toda a Espanha, bem como de atores e atrizes de renome internacional, como a norte-americana Susan Sarandon e o irlandês Liam Cunningham.
De acordo com a polícia municipal de Barcelona, a partida da "Global Sumud Flotilla" juntou cerca de cinco mil pessoas no porto histórico de Moll de la Fusta.
A organização prevê que a viagem até Gaza leve perto de duas semanas.
Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do grupo islamista Hamas em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez mais de 63 mil mortos.
Em 22 de agosto, a ONU declarou oficialmente a fome na cidade de Gaza, depois de os especialistas terem alertado que 500.000 pessoas se encontram numa situação catastrófica.
