Médicos e enfermeiros entre os 160 profissionais de saúde ainda presos por Israel
Mais de 160 trabalhadores da área da saúde, incluindo mais de 20 médicos, que trabalhavam em Gaza estão ainda detidos pelas autoridades israelitas. A Organização Mundial de Saúde afirma estar preocupada com a segurança e o bem-estar destas pessoas.
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Os dados são apontados pela organização Healthcare Workers Watch (HWW), uma organização não governamental da Palestina, que aponta para mais de 160 aqueles que continuam presos pelas forças de Telavive desde que o conflito se agudizou, a 7 de outubro de 2023, de um total de 339 que foram detidos desde a ofensiva.
Entre os dados apontados e citados pelo jornal britânico "The Guardian", a HWW dá nota de que muitos dos trabalhadores retidos são profissionais seniores nas suas especialidades e qua há ainda mais de 24 médicos que estão desaparecidos depois de serem levados de hospitais que foram cercados e tomados por militares israelitas.
A detenção de médicos, enfermeiros, técnicos de emergência, entre outras categorias da área da saúde é considerada ilegal por Muath Alser, diretor da HWW, que evoca o direito internacional, além de condenar o facto de estas detenções privarem os civis de assistência médica, numa zona flagelada.
“O facto de Israel definir como alvo a força de trabalho da área da saúde está a ter um impacto devastador na prestação de assistência médica aos palestinianos, com um sofrimento intenso, inúmeras mortes evitáveis e a erradicação eficaz de especialidades médicas inteiras”, explicou Alser.
Por sua vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu conta de que conseguiu confirmar a detenção de 297 profissionais médicos em Gaza desde o início da guerra, acrescentando não ter dados sólidos sobre quantos foram libertados e quantos continuam presos.
A OMS tem expressado a sua "preocupação profunda com o bem-estar e a segurança" destas pessoas, depois de haver inúmeros relatos de presos que dão conta de abusos severos e tortura durante o tempo passado em cativeiro. Hussam Abu Safiya, médico que foi levado a 27 de dezembro de 2024 do Kamal Adwan Hospital, relatou agressões físicas severas, desde bastonadas até choques elétricos, entre outras acusações de tortura e de tratamento humilhante, revelou o seu advogado depois de o visitar na cadeia.