O número de pessoas a precisar de ajuda para combater o medo de andar de avião tem aumentado nas últimas semanas. O impacto dos acidentes aéreos (18 desde o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines em março) tem provocado a afluência a centros de ajuda, como é o caso da Clínica "Voar Sem Medo", sediada em Lisboa.
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Cristina Albuquerque, psicóloga do centro, refere que "ninguém fica indiferente às notícias, mas pessoas mais predispostas e sensíveis às informações veem o problema agravado" e recusam-se a viajar de avião.
Segundo um estudo desenvolvido pela clínica, cerca de 40% das pessoas mostra medo em andar de transportes aéreos pelas mais diversas razões. A possibilidade de uma falha técnica, ataque terrorista ou mesmo a queda do avião até à falta de controlo das emoções (ataques de pânico e ansiedade), são alguns dos medos mais frequentes, mas no fundo "têm medo de morrer", conclui a psicóloga.
As pessoas que não desenvolvem estas reações, e continuam a viajar de transportes aéreos sem receios, reagem aos acidentes aéreos da mesma forma que a acidentes de viaturas terrestres ou quedas de edifícios.
"Não é por sabermos que há milhares de pessoas que morrem em acidentes de viação que deixamos de andar de carro e com os aviões acontece o mesmo", explica Cristina Albuquerque.
Na clínica há cursos terapêuticos para intervir e tratar pessoas com estes sintomas. Os indíviduos que recorrem ao tratamento têm, na maioria das situações, necessidade de fazer viagens profissionais e, caso recusem, colocam em causa a carreira.
Em média, há um ligeiro predomínio de pessoas do sexo feminino a recorrer ao tratamento, e as idades compreendem-se entre os 30 e 40 anos.