Uma menina de 13 anos foi entregue pelos pais ao grupo radical Boko Haram, na Nigéria, para ser usada como bombista suicida. Com outras duas raparigas foi levada para a cidade de Kano para cumprir o ataque. Mas ela não ativou os explosivos.
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No passado dia 10 de dezembro, perto de um mercado em Kano, morreram pelo menos 31 pessoas num duplo ataque suicida realizado por duas raparigas.
A terceira, que também estava no local e tinha instruções dos militantes do grupo radical Boko Haram para ativar o seu cinto de explosivos, não o fez. Ficou ferida numa das explosões e acabou num hospital, onde os explosivos foram detetados junto ao seu corpo.
A história foi contada na primeira pessoa, pela menina nigeriana de 13 anos, numa conferência de imprensa convocada pela polícia, para comprovar a autoria do ataque e o modo de atuação do grupo Boko Haram, cujos ataques são responsáveis por cerca de dois mil mortos só este ano.
A menina contou aos jornalistas que foi dada pelos seus pais a militantes radicais que estavam escondidos numa floresta perto da cidade de Gidan Zana. Perguntaram se sabia o que era um bombista e se conseguia fazer um ataque suicida. "Respondi que não", garante.
"Vais para o céu se o fizeres", insistiram, segundo as declarações da menina citadas pela BBC. Se não o fizesse, "eles disseram que me matavam", acrescentou. Perante a ameaça de morte, disse que participava no ataque mas "nunca com intenção de realmente o fazer".