A violação em grupo de uma menina de 13 anos na região siciliana de Catânia está a abalar a política em Itália. No final do mês de janeiro, a vítima terá sido violada por um grupo de sete migrantes egípcios, três dos quais com menos de 18 anos.
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De acordo com a imprensa italiana, a vítima e o namorado, de 17 anos, foram atacados pelo grupo enquanto caminhavam no Parque Villa Bellini cerca das 19.30 horas do dia 30 de janeiro, na cidade costeira de Catânia, no leste da Sicília. O namorado foi espancado e terá sido forçado a assistir enquanto pelo menos dois dos suspeitos violavam a menina de 13 anos numa casa de banho pública.
O casal gritou por ajuda, mas ninguém veio em seu auxílio, de acordo com o jornal italiano "La Repubblica". Depois do ataque, conseguiram fugir e foram resgatados por alguns transeuntes nos arredores.
Depois de fazerem queixa na polícia, as autoridades italianos conseguiram identificar e deter os sete suspeitos. Três foram levados para a prisão "Piazza Lanza", três para o centro de acolhimento inicial de Catânia e um ficou em prisão domiciliária.
Há muito tempo que Itália luta com o problema da violência de género. Em novembro, ambas as câmaras do parlamento aprovaram por unanimidade uma nova medida que reforça as punições contra os autores de violência de género e aumenta as medidas de proteção para as mulheres. No caso mais recente de violação, porém, as autoridades focaram a sua atenção na origem dos perpetradores. Segundo o juiz Carlo Umberto Cannella, citado pela CNN, os suspeitos devem permanecer presos durante a investigação porque provavelmente reincidirão, uma vez que não estão “habituados com a civilização”.
Salvini pede castração química
O ataque chocou o país e não passou despercebido aos políticos. Numa visita a Catânia, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, garantiu que será feita justiça. "No dia em que é celebrado um muito jovem mártir da tradição cristã [Sant'Agata], estamos a ver outra muito jovem vítima de violência sexual. Quero dizer isto para expressar a minha solidariedade para com ela e a sua família. O Estado estará presente e a justiça será feita”, afirmou.
Já o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, foi mais longe e pediu a castração química como castigo. “Não venham falar comigo de tolerância ou erro. Diante de horrores como este não pode haver clemência, mas apenas uma cura: a castração química. Espero que a proposta apresentada pela Liga seja votada o mais rapidamente possível", escreveu numa publicação no X (antigo Twitter).
O mesmo foi defendido por Annalisa Tardino, comissária regional e eurodeputada da Lega, partido de Salvini. “Continuamos firmes na ideia de que a castração química é necessária para violadores e pedófilos, prisão perpétua para episódios semelhantes, bem como maior segurança nas nossas cidades. Para os estrangeiros: repatriar imediatamente! No Egito eles nunca teriam permitido tal comportamento. A segurança dos nossos filhos deve ser uma prioridade em toda a Itália”, disse.
“Esperamos que os responsáveis por esta atrocidade – todos já identificados – paguem pelo que cometeram. Não há justificação para o ocorrido, não se pode imaginar uma fúria desse tipo por parte das crianças, mesmo menores. A minha sincera e sentida solidariedade à vítima, a família e o namorado espancado e imobilizado pelo grupo”, afirmou, por sua vez, a deputada italiana Matilda Siracusan.
Verão de 2023 marcado por casos de violação em grupo
O caso mais recente de violação em grupo em Itália surge na sequência de outros dois, que ocorreram no verão passado. Em agosto, um grupo de sete jovens, com idades entre os 15 e os 18 anos, terão violado uma rapariga de 19 em Palermo. Semanas depois, nove jovens foram detidos e acusados de violar dois primos de 10 e 12 anos perto de Nápoles e de transmitir o ataque ao vivo através das redes sociais.