Uma menina imigrante de oito anos morreu, na quarta-feira, à guarda da polícia norte-americana de Fronteiras em Harlingen, uma cidade do Texas próxima do Golfo do México, depois de ter transposto a fronteira com a sua família, uma ocorrência que as autoridades afirmam estarem a investigar.
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Segundo a Agência de Alfândegas e Proteção Fronteiriça dos Estados Unidos, a criança teria sofrido uma situação de emergência médica numa esquadra da Guarda de Fronteiras, tendo sido acionados os serviços de emergência que a transportaram a um hospital, onde os médicos declararam o óbito.
A morte da menina, cujas identidade e nacionalidade não foram identificadas, é a primeira de uma criança à guarda das autoridades fronteiriças sob a administração de Joe Biden, enquanto durante o mandato de Donald Trump perderam a vida vários menores, até com gripe.
Número de entradas ilegais diminuiu
Entretanto, o número de pessoas que tentam cruzar de forma ilegal a fronteira entre o México e os Estados Unidos diminuiu desde a entrada em vigor de novas normas migratórias, na semana passada, informou um funcionário americano nesta quarta-feira.
A Guarda de Fronteira contou menos de quatro mil prisões e deportações de imigrantes em cada um dos últimos dois dias, disse Blas Nunez-Neto, do Departamento de Segurança Nacional. Foram registados dez mil casos por dia na semana anterior ao levantamento do Título 42, medida tomada na pandemia para limitar a entrada no país.
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A normativa foi substituída na semana passada por uma mais antiga, o Título 8, que inclui restrições ao direito ao asilo.
Autoridades procuram reduzir o número de imigrantes que tentam entrar no país a partir do México, que foi de mais de 20 mil por mês no ano passado, o que levou a duras críticas dos republicanos ao presidente Joe Biden.
O aplicativo CBP One, criado para centralizar os pedidos de entrevistas migratórias nos Estados Unidos, recebeu dezenas de milhares de visitas e mais de cinco mil "foram processadas" desde o último dia 12, informou Nunez-Neto, ressalvando que é cedo "para tirar conclusões definitivas destes primeiros indícios".
Guatemaltecos repatriados
Um grupo de 115 cidadãos chegou na quarta-feira à Guatemala, procedente dos Estados Unidos, no primeiro voo de deportados sob o Título 8, informou uma porta-voz do Instituto Guatemalteco de Migração (IGM).
Alejandra Mena afirmou que a fronteira dos Estados Unidos "está fechada para a imigração irregular. Aqueles que tentarem entrar serão levados para um centro de detenção e, posteriormente, devolvidos à Guatemala".
O Ministério guatemalteco dos Negócios Estrangeiros estima que cerca de 2,7 milhões de cidadãos daquele país estejam nos Estados Unidos, mas que apenas 400 mil possuam documentos para trabalhar.