Os pais de uma criança de seis anos conseguiram, no final de uma guerra judicial, permissão do tribunal para interromper os tratamentos de quimioterapia que o filho estava a fazer.
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A Justiça deu o direito aos pais do pequeno Oshin Kiszko, diagnosticado com um tumor cerebral em dezembro do ano passado, a interromper os tratamentos de radioterapia e de quimioterapia a que a criança de seis anos estava a ser sujeita.
O tribunal decidiu que seria do supremo interesse da criança receber cuidados paliativos, em vez de se continuar a realizar sessões forçadas de quimioterapia.
O menino tinha sido obrigado, em março, por um tribunal a receber quimioterapia, mas os pais recorreram da decisão.
A mãe do pequeno Oshin, Angela Kiszko, e o pai, Colin Strachan, defendem que os tratamentos traumatizaram o filho e que apenas o fariam viver cinco anos de sofrimento, sem qualquer perspetiva de recuperação.
Esta quinta-feira, o Tribunal de Família australiano, colocou um ponto final na guerra judicial, ao decidir a favor dos pais.
"Se ele não pode viver muito tempo, gostaria de o ter em casa connosco, como uma família", explicou a mãe. "Sem estar assustado, mas a sentir-se amado, cuidado, com a sua família e amigos ao redor", acrescentou Angela Kiszko.
Já o juiz explicou que a decisão pode não servir de jurisprudência para outros casos. "Este caso é apenas sobre o Oshin Kiszko e sobre como determinar quais são os melhores interesses para ele", esclareceu o juiz Rick O'Brien. "A criança deve agora receber tratamentos paliativos apropriados", acrescentou.
O presidente da Associação Médica da Austrália explicou que nos casos em que a família não quer que os filhos recebam tratamentos os médicos são obrigados a ir a tribunal. "Todos lamentamos a angústia e o sofrimento que estas situações implicam e os nossos pensamentos estão com a criança e a sua família neste momento difícil", afirmou Andrew Miller, em declarações ao jornal "The Australian".