
Polícia de guarda à Grande Mesquita de Paris
ETIENNE LAURENT/EPA
A polícia francesa interrogou, esta semana, um menino de oito anos que disse identificar-se com os autores do ataque, no início do mês, ao jornal satírico "Charlie Hebdo".
Ahmed, de confissão muçulmana, aluno de uma escola primária em Nice, foi interrogado durante 30 minutos e o pai indiciado por responsabilidade civil, depois do filho se ter recusado a participar num ato de homenagem às vítimas do ataque em Paris organizado pelo estabelecimento de ensino.
Um dia antes, durante um debate organizado pelo professor em sala de aula, o rapaz já se tinha mostrado solidário com os jiadistas e contra a publicação das caricaturas a Maomé.
Avisado pelo docente, o diretor da escola resolveu então avisar a polícia que, por sua vez, interrogou Ahmed.
O caso foi denunciado pelo observatório francês contra a islamofobia. "O pai e o filho estão profundamente abalados com o tratamento a que foram sujeitos, o que ilustra a histeria coletiva em França ", afirmou o grupo em comunicado.
Segundo a mesma organização, desde o ataque ao jornal satírico, foram registados em França mais de cem atos contra muçulmanos.
