
Portugal é um país livre de raiva animal desde 1952
Filipe Amorim / Global Imagens
Morreu o rapaz francês de dez anos que, em meados de agosto, foi infetado com o vírus da raiva, depois de ter sido mordido por um cão no Sri Lanka.
A criança morreu na terça-feira, em Lyon, confirmou a agência de notícias France-Presse.
Salvo casos raros, a raiva é mortal. Causada por um vírus que se aloja no sistema nervoso central, é fatal se não for tratada logo após a exposição, com uma vacina ou com anticorpos para estimular o sistema imunitário.
O período de incubação da doença varia entre os 20 e os 60 dias, o que significa que os sintomas clínicos podem surgir até dois meses depois da infeção, colocando o processo de cura sempre um passo atrás.
A mais recente vítima começou a dar sinais neurológicos no dia 1 de outubro, cerca de dois meses depois de ter sido mordida pelo cão que a infetou com a doença, escreve "Le Monde". Estava na praia de Dikwella, no sul do Sri Lanka, quando foi traído pelo animal que acariciava.
Dia quatro deste mês, foi internado e, na segunda-feira (16), Lundi, os médicos confirmaram o diagnóstico.
Segundo o jornal francês, a criança nunca chegou a receber tratamento profilático (de prevenção de doenças), nem antes de ir de viagem, nem quando regressou a França.
Na sequência do sucedido, 60 pessoas (familiares e colegas do rapaz) estão a ser vacinadas contra o vírus, segundo a agência regional de saúde.
Casos em Portugal
Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), "Portugal é um país livre de raiva animal e sem ocorrência de casos humanos autóctones desde 1952".
No entanto, a doença pode ocorrer em pessoas provenientes de países onde a raiva animal ainda não foi eliminada ou em pessoas que viajam a esses países.
O último caso mortal noticiado em Portugal aconteceu em 2011, depois de uma mulher ter sido mordida por um cão na Guiné-Bissau, na perna. Tinha 41 anos.
