Menos turismo, mais vida: a equação dos residentes para salvar destinos turísticos do colapso
Muitas cidades começam a mostrar sinais de saturação graças a um turismo desenfreado, com elevado impacto cultural e ambiental, que depressa deixa de ser uma necessidade económica e se transforma num fardo para os locais. Para travar a gentrificação e a sobrelotação, os países impõem limites aos visitantes.
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Barcelona declarou guerra aberta ao turismo de massas no último mês, em plena época alta. Milhares de locais manifestaram-se nas ruas para expressar o descontentamento com o turismo e exigir um novo modelo económico para a cidade. "Barcelona não está à venda", ripostavam os cartazes. Mas a "revolução" não se ficou por expressões de revolta: munidos de pistolas de água, alguns protestantes "atacaram" os turistas nas esplanadas.
Segundo dados da autarquia da capital catalã, as rendas aumentaram 68% na última década e, só em 2023, a cidade acolheu mais de 12 milhões de turistas. São dados preocupantes para os cerca de 1,6 milhões de habitantes, que alertam, ainda, para o impacto no comércio local, no ambiente e nas condições de trabalho.