O presidente da Ucrânia sublinhou, numa mensagem de esperança por ocasião do Natal, as "circunstâncias difíceis" que o povo ucraniano atravessa, apelando à sua "coragem e bravura".
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"Alguém celebrará [as férias de Natal] em casas de outras pessoas, mas em casas de pessoas estranhas - casas de ucranianos que deram abrigo a ucranianos. Alguém irá ouvir Shchedryk noutra língua - em Varsóvia, Berlim, Londres, Nova Iorque, Toronto e muitas outras cidades e países. E alguém estará este Natal em cativeiro, mas lembrem-se que estamos aqui para o nosso povo, devolveremos a liberdade a todos os homens e mulheres ucranianos", garante Volodymyr Zelensky numa mensagem em vídeo divulgada pela Presidência.
"Onde quer que estejamos, estaremos hoje juntos. Fazemos um desejo. Um por todos. E vamos sentir alegria. Um por todos", apelou.
"Vamos celebrar as nossas férias! Como de costume. Sorriremos e festejemos. Como é hábito. A diferença é uma: não vamos esperar por um milagre, porque nós próprios o criamos", acrescentou, em tom desafiador, no dia em que se cumpriram dez meses da invasão do país pelas tropas russas.
"Vamos devolver a liberdade a todos os ucranianos", sublinhou, "nenhum drone é capaz de apagar o amanhecer do Natal".
"Veremos a sua luz ainda que debaixo da terra num abrigo antibomba. Vamos encher os nossos corações de calor e luz", disse, elogiando o "espírito férreo" do povo ucraniano.
Zelensky garantiu ainda que a luta "continuará" e "não será ameaçada por apagões programados ou de emergência".
"Nunca sentiremos falta de coragem", acrescentou o chefe de Estado ucraniano, salientando que, depois de tantas "notícias amargas", já é altura de "boas notícias".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Mais de 7,8 milhões de pessoas fugiram da guerra na Ucrânia para outros países europeus, havendo ainda 6,5 milhões de deslocados internos, segundo dados recentes das Nações Unidas.
Desconhece-se o número exato de baixas civis e militares em dez meses de guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.