Mercenário português diz em tribunal que político espanhol ordenou homicídio de autarca
É português, trabalhou como porteiro de uma discoteca em Benidorm, em Espanha, e é a testemunha-chave no julgamento sobre o assassinato de um autarca de Alicante, em 2007. Em tribunal, acusou um político do PP espanhol como o mandante do crime.
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"O sucessor do alcaide [autarca] encomendou-me o crime". Foi com este depoimento que o português, de 41 anos, acusou em tribunal Juan Cano, político do PP espanhol, que é um dos sete suspeitos que estão a ser julgados pela morte a tiro de Alejandro Ponsoda, em 19 de outubro de 2007, em Polop, Alicante, noticia o "Expresso" online.
O português trabalhou como porteiro na discoteca Mesalina, em Benidorm, e terá sido na área VIP deste espaço de diversão noturna que o crime foi delineado. É considerado uma testemunha chave do processo e a sua identidade foi protegida pelas autoridades espanholas.
Atrás de um biombo, o português disse à Audiência Nacional de Alicante, em meados de janeiro, que a troco do crime lhe ofereceram 35 mil euros mas garantiu que recusou o serviço, lê-se na edição online do semanário. Acrescentou que sugeriu os nomes de dois homens - Radim Rakowski e Robert Franek, de nacionalidade checa - mas que não sabe se foram os autores do homicídio. Os dois estão entre os sete acusados do processo.
Ameaças de morte e identidade protegida
Durante dois anos, as autoridades espanholas não conseguiram avançar na investigação do homicídio do autarca Alejandro Ponsoda. Até que o português decidiu contar o que sabia.
Por ter conhecimento do plano, o português recebeu várias ameaças de morte, mudou de identidade e mudou oito vezes de residência nos últimos 12 anos, entre Espanha e Portugal, sob proteção da Guardia Civil.
O português confirmou em tribunal que, antes de ser porteiro em Benidorm, foi mercenário em vários de países de África, como Costa do Marfim, África do Sul, Moçambique ou Libéria.